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12/Dec/2023

Laranja: recuo nas projeções da safra 2023/2024

De acordo com a segunda reestimativa do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), em cooperação com Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp e divulgada nesta segunda-feira (11/12), a segunda previsão da safra de laranja 2023/2024 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro indica produção de 307,22 milhões de caixas de 40,8 Kg, das quais 27,60 milhões de caixas de 40,8 Kg devem ser colhidas na região do Triângulo Mineiro. O resultado corresponde a uma diminuição de 0,7% (2,12 milhões de caixas de 40,8 Kg), em comparação com a projeção inicial, de maio. O ajuste reflete o balanço considerando todas as variedades. As laranjas das variedades precoces, já colhidas praticamente em sua totalidade, foram favorecidas pelas chuvas abundantes no início do ano, resultando em uma produção que superou a estimativa em 2,27 milhões de caixas de 40,8 Kg.

Em contrapartida, a produção estimada das laranjas das demais variedades (pera rio, valência, valência folha murcha e natal) apresentou uma redução de 4,39 milhões de caixas de 40,8 Kg, em virtude do tamanho dos frutos, que estão menores do que o esperado. A redução na safra não é ainda mais significativa porque a taxa de queda prematura de frutos dessas variedades, com exceção da natal, está menor do que a projetada, compensando parcialmente o efeito da diminuição do tamanho das laranjas. Um dos motivos que explicam o tamanho dos frutos aquém do projetado é o volume de chuvas abaixo da média histórica que persiste desde o início das colheitas na maior parte do cinturão citrícola, apesar da frequência elevada das precipitações e das chuvas volumosas que ocorreram de janeiro a abril deste ano. As chuvas observadas no acumulado de maio a novembro contradizem as previsões climáticas, que apontavam para volumes com anomalias positivas nesta temporada em virtude do fenômeno El Niño.

Essas previsões de chuva, que não se confirmaram, foram utilizadas em maio de 2023 como base para projetar o tamanho dos frutos. Além disso, as altas temperaturas que ocorreram nos últimos três meses favoreceram o aumento da taxa de evapotranspiração. Observa-se também uma variação no tamanho dos frutos em regiões com diferentes níveis de severidade de greening, indicando que o aumento da intensidade da doença é uma das causas que está prejudicando o crescimento das laranjas. Outro fator importante é o ritmo mais acelerado com que a colheita está progredindo, resultando em um período mais curto para o desenvolvimento dos frutos e uma quantidade significativa de laranjas colhidas antes da estação mais chuvosa do ano, época em que ocorre um maior enchimento das frutas. Apesar de prejudicar o crescimento das laranjas, a colheita mais rápida emerge como uma estratégia para reduzir a taxa de queda de frutos, atenuando, assim, as perdas na safra.

Contudo, é importante ressaltar que a taxa de queda de frutos ainda se mantém acima dos níveis históricos, principalmente, por causa do impacto do greening nos dias atuais. Na atual estimativa, levando em consideração todas as variedades, são necessários 255 frutos para formar uma caixa de 40,8 Kg, representando um acréscimo de 8 frutos em comparação ao cenário previsto em maio. Essa quantidade corresponde a laranjas com 160 gramas, contrastando com o peso médio inicialmente projetado de 165 gramas. Se essa projeção se confirmar, as frutas apresentarão um peso inferior ao da média dos últimos 10 anos, que é de 163 gramas. A colheita atingiu a marca de 82% da produção em meados de novembro, mostrando um ritmo muito mais rápido na comparação com os anos anteriores, quando, nesta mesma época, estava em torno de 60%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.