05/Dec/2023
Em quase 30 anos de atuação, a Frooty Açaí já conseguiu levar a essência da Amazônia para os pratos de norte-americanos, australianos e árabes. Com o ajuda dos investidores do Pátria, controladora do grupo, a empresa se movimenta agora para escancarar a identidade da floresta enquanto caminha para um passo promissor: o desembarque no mercado chinês. A estreia está prevista para o início de 2024. A fabricante de açaí já está presente em 15 países e tem no currículo também aquisições no exterior, como a rede Makai, nos Estados Unidos, comprada em 2022. A internacionalização é um pilar importante para sustentar um crescimento previsto na casa de dois dígitos nos próximos anos, uma receita que, combinada ao histórico do Pátria, deve terminar na Bolsa de Valores.
Uma eventual abertura de capital é vista como um caminho possível, um objeto de desejo para o futuro. Considerando o tamanho da operação, essa conversa ainda não está na mesa, mas é um sonho para frente, afirma a Frooty Açaí. Líder no mercado brasileiro, com 48% de participação com base no relatório de 2022 da Nielsen, a marca fatura hoje R$ 260 milhões e prevê crescer 10% neste ano. Para os próximos dois anos, a expectativa é avançar até 15%. Um dos aspectos vendidos como diferenciais da Frooty Açaí é o fato dos seus produtos (cupuaçu e pitaya, além do próprio açaí) carregarem uma identidade própria, por saírem de dentro da Amazônia.
A empresa está no meio da floresta. Existem muitas empresas que compram da Amazônia e fabricam na Região Sudeste ou em outros Estados, mas a Frooty tem duas fábricas na região e compra de pequenos produtores extrativistas. A essência da Amazônia é uma forma de tentar chamar a atenção do público para aspectos que vão além da mesa. A ideia é que o consumidor esteja ao lado da empresa na transformação da bioeconomia da Amazônia. O consumidor não vai pagar mais por isso, mas que ele vai deixar de consumir outras marcas que eventualmente não o fazem. Para a Gouvêa Foodservice, trata-se de um apelo interessante, mas que traz alguns desafios.
Existem duas possibilidades que envolvem o manejo da comunicação: deixar claro que não há agressão à floresta e trabalhar uma adaptação cultural do novo mercado. O aspecto amazônico é uma bandeira carregada na expansão pelo mundo. No mercado chinês, por exemplo, a empresa considera o trabalho praticamente de terra verde, em que o açaí é praticamente inexistente como produto. A intenção é desenvolver esse 'produto novo da Amazônia' no território. A empresa deve entrar na China no início de 2024. Pode ser um lugar estratégico para expansão da marca, porque pode acelerar exponencialmente os resultados de faturamento.
De acordo com a Gouvea Foodservice, o primeiro desafio que a marca terá é construir uma base de aceitação e um desejo de experimentação pelo consumidor. É muito importante encontrar culturalmente como esse produto se conecta. Não se pode considerar que toda a população vá aderir de primeira. Além do desafio da aceitação, que muitas vezes passa pela alteração na composição da fórmula ou ingrediente adicional, a distribuição como um ponto importante. Trata-se de um produto que possui altíssima dependência da cadeia de frio, de processamento depois que é colhido e questões técnicas envolvendo transporte. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.