26/Sep/2023
De acordo com o 9º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta segunda-feira (25/09), os preços da alface, da batata, da cebola, da cenoura e do tomate apresentaram movimento preponderante de queda nas grandes Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País em agosto, em comparação com o mês anterior. A pesquisa considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) e as cinco frutas (laranja, mamão, melancia, maçã e banana) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA). A batata foi a hortaliça que registrou maior queda de preço em relação ao mês anterior, com uma queda de preços unânime em todas as Ceasas. A média ponderada decresceu 25,35% em relação a julho.
O motivo seria a intensificação da safra de inverno, que manteve a oferta em níveis elevados. Pela quarta vez no ano, a quantidade comercializada nas 11 centrais consideradas ultrapassou a marca de 100 mil toneladas, ficando 1,2% acima do total de julho. A alface apresentou, pelo terceiro mês consecutivo, a tendência declinante de preço. Em agosto, a média ponderada caiu 19,61% em relação a julho. A comercialização subiu 9% no mesmo período. Na maioria das Ceasas, ela se posicionou acima da registrada no mês anterior. Ressalte-se que em junho e julho a oferta deste produto nos mercados atacadistas analisados foi a menor do ano e a recuperação de agosto está ligada às temperaturas mais elevadas em quase todo o País. Cenoura, cebola e tomate, embora com menores índices, também tiveram queda de preço na média ponderada em -7,97%, -6,56% e -2,56%, respectivamente.
No caso da cenoura, um fator importante para a queda unânime de preços foi o bom desempenho de todas as áreas produtoras, não pressionando a oferta de Minas Gerais, principal abastecedora das Ceasas. A cebola também apresentou uma grande oferta nas Ceasas, o que justificou as cotações menores. O tomate, embora também tenha tido declínio, esse não foi uniforme, por causa da variação de oferta locais, proporcionando dentro do mês movimento decrescente na primeira quinzena e altista na segunda. As variações de temperatura, atrasando ou acelerando a maturação e, consequentemente, proporcionando diminuição e aumento de oferta, explica os preços oscilantes. Contrariando as cotações do mês de julho, as frutas tiveram alta no mês de agosto nas Ceasas analisadas, especialmente banana, laranja, maçã e mamão. A melancia foi a única fruta analisada que apresentou queda na média ponderada. A banana teve a maior oscilação (13,92%).
Para a maçã, com a dinâmica influenciada pelo controle de oferta das companhias classificadoras e da diminuição gradual dos estoques, a principal explicação para o acréscimo nos preços, apesar da maior oferta, foi a elevação da demanda com o fim das férias e as temperaturas elevadas. A laranja teve aumento na comercialização e na demanda pelo produto in natura, tanto no atacado quanto no varejo e, com maior intensidade, pela indústria de moagem. As cotações da laranja para a indústria atingiram níveis recordes por causa da boa demanda. O mamão apresentou estabilidade nos valores e alta na comercialização das Ceasas, notadamente por causa da maior oferta do mamão papaia, com vários lotes dotados de menor qualidade por estarem ainda verdes.
A melancia registrou queda de preços, aumento da comercialização na maioria das Ceasas e demanda consistente no mês, com a região de Ceres (GO) e Rio Formoso (TO) sendo as principais praças fornecedoras às Ceasas, com culturas dotadas de boa rentabilidade e produtividade. Em setembro a oferta de Tocantins entrará em declínio e será substituída em outubro pela melancia de São Paulo. Com relação à exportação total de frutas, nos primeiros oito meses de 2023, o volume total enviado ao exterior foi de 596 mil toneladas, superior em 5,82% em relação a igual intervalo de tempo do ano anterior, e o faturamento foi de U$S 681 milhões, superior 18,8% em relação ao mesmo período do ano passado. As principais frutas exportadas foram limões e limas, melões, mangas, bananas e melancias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.