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21/Jul/2023

Cacau: Mars quer lançar variedade clone no Brasil

A maior compradora de cacau do mundo, a indústria Mars (dona de marcas como M&Ms, Snickers e Twix) quer lançar, em breve, no mercado brasileiro, sua própria variedade de clone de cacau mais produtivo e rentável, após pesquisas no País. O Centro de Ciência do Cacau no Brasil (Mars Center for Cocoa Science - MCCS), localizado há mais de 40 anos na região de Barro Preto, no sul da Bahia, estuda em laboratórios, áreas experimentais e viveiros combinações que podem fazer a produção brasileira sair dos atuais 300 quilos por hectare e se aproximar de até 1 tonelada por hectare até 2030. Está mais perto do que nunca o lançamento de clones que vão ficar 20 anos no mercado e devem superar a produtividade dos dois materiais genéticos mais conhecidos e utilizados hoje. A pesquisa do MCCS tem por objetivo obter avanços em melhoramento genético e em biotecnologia com a geração de clones mais adaptados à região, processo que demora entre 28 e 30 anos.

Nos 148 hectares da propriedade, 38% destinam-se aos experimentos. Sem especificar uma data para o lançamento dos clones, a empresa está diretamente alinhada com as metas da iniciativa CocoaAction Brasil, que prevê atingir produtividade de 700 quilos por hectare até 2030. Em Barro Preto, em uma área exposta ao sol para testes de fertirrigação com nitrogênio, fósforo e potássio, as duas principais variedades utilizadas no País (o clone CCN-51, originário do Equador, e o brasileiro PS-1319) registraram produtividade de 3.000 Kg por hectare. A média do País hoje é de 300 Kg por hectare. Fora dos ambientes experimentais de controle, a ambição da Mars é de se aproximar de 700 g por hectare e até alcançar 1.000 Kg por hectare em algumas regiões. A ideia é, no curto prazo, colocar o Brasil no cenário global. Cada sistema de plantio, como a cabruca (cultivo em regiões bem sombreadas por árvores nativas), áreas agroflorestais ou mesmo regiões que ficam expostas a pleno sol, demandam um estudo específico.

A empresa quer desenvolver um pacote tecnológico completo e detalhado. Nas estufas, um processo médio de seis meses produz enxertos com plantas resistentes a pragas do solo e mais produtivas e rentáveis no campo. A empresa também realiza o estudo de pragas para tentar identificar padrões e se antecipar aos casos nas estratégias de prevenção. Além do investimento em pesquisa, a Mars também está de olho nas futuras gerações que deverão lidar com o setor. Anexo ao centro de ciência da empresa, no sul da Bahia, há uma escola construída para atender 250 crianças do ensino infantil ao fundamental 2. Os estudantes são filhos de pequenos produtores da região ou de parceiros agrícolas da lavoura, intitulados meeiros. A Escola Municipal Virginia Mars é mantida em parceria com a prefeitura da cidade.

Enquanto a Mars oferece o espaço, as refeições dos alunos e contrata 10% dos profissionais, o município fica encarregado de providenciar o transporte para os alunos, os materiais e contrato de outros profissionais necessários. No ano passado, a escola incorporou oficialmente ao currículo uma disciplina sobre cacau para todas as séries. A matéria trata de história, questões biológicas e sustentabilidade da cadeia. É a única escola brasileira com cacau no currículo, comemora a coordenadora de Assuntos Corporativos da Mars. A escola faz parte do projeto global Cacau para Gerações, da Mars, que conta com um orçamento de US$ 1 bilhão para o período entre 2018 e 2028 para financiar os projetos de desenvolvimento social. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.