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24/Nov/2022

Frutas: irradiador multipropósito contra desperdício

Foi lançado na terça-feira (22/11) o modelo de plano de negócios para a instalação de um irradiador multipropósito no Brasil, tecnologia que pode contribuir para evitar o desperdício de alimentos, como frutas, e conter pragas nas lavouras. O documento “Modelo de plano de negócios voltado à instalação e funcionamento sustentável de irradiador multipropósito para fomento do uso a alimentos e outros produtos do setor agropecuário”, publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), simula a instalação de um irradiador que utilizaria feixes de elétrons para o tratamento de frutas tropicais. No lançamento, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, destacou a importância de dar visibilidade ao documento. É uma importante ferramenta para demonstrar ao mercado a viabilidade da tecnologia, que contribui para potencializar as exportações dos produtos agropecuários brasileiros, além de reduzir o desperdício.

Alimentos tratados com a tecnologia de irradiação já são consumidos em mais de 60 países. De forma segura, a técnica permite reduzir perdas de produção, estender a vida útil e evitar intoxicações por alimentos contaminados. O irradiador multipropósito tem se mostrado eficiente no controle de insetos e micro-organismos patogênicos. Com essa tecnologia, o Brasil poderia ampliar as exportações, já que a durabilidade das frutas, seria estendida. O documento menciona também que o equipamento poderia ser usado no tratamento de carnes, hortaliças, condimentos, castanhas, opoterápicos, fitoterápicos, polpas de frutas, rações para animais, embalagens e outros produtos. O modelo, construído ao longo de um ano por uma consultoria especializada, estima que a tecnologia poderia gerar um faturamento anual de R$ 261 milhões com retorno a partir de 3,9 anos. O volume mínimo de produtos irradiados em três turnos de operação seria da ordem de 270 mil toneladas.

O uso da tecnologia nuclear vai muito além do campo da energia, podendo ser utilizada no combate à insegurança alimentar. O Brasil é um dos poucos países que domina todo o ciclo de combustível nuclear. Tem o minério, domina o ciclo e dispõe de tecnologia. Todas as condições de ser um importante player mundial. A ideia de estimular a instalação de um irradiador multipropósito para atendimento ao agro ganhou corpo em 2018, quando o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por meio do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB), vislumbrou o potencial da tecnologia e convidou o Mapa para participar do comitê. Em 2019, na gestão da ministra Tereza Cristina, foi instituído um Grupo de Trabalho (GT) para conduzir o tema junto ao Mapa. Esse GT, por meio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), lançou o edital para selecionar a consultoria que poderia criar o plano de negócios.

A profissional escolhida foi Patrícia Wieland, doutora em engenharia de produção pela PUC-Rio e vice-presidente do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar). O Mapa solicitou à consultoria a entrega de quatro produtos: um levantamento sobre o mercado internacional de produtos irradiados; dois planos de marketing e divulgação da tecnologia do irradiador multipropósito (um para o setor produtivo e outro para a sociedade em geral); um relatório técnico, descritivo e detalhado sobre fatores a serem considerados para a instalação, funcionamento sustentável e viabilidade do negócio de um irradiador multipropósito, com utilização prioritária na irradiação de produtos agropecuários, em especial para frutas e hortaliças; e, por fim, o modelo de plano de negócios voltado à instalação e funcionamento sustentável de um irradiador multipropósito. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.