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12/Ago/2022

Suco de Laranja: clima adverso deve elevar preços

Segundo a consultoria Hackett Financial Advisors, os preços do suco de laranja podem subir nas próximas semanas. O mercado já está sofrendo com níveis de estoque ultrabaixos, o que significa que os riscos climáticos podem elevar os preços em mais de 20%, para níveis recordes. Se houver um furacão no cinturão de citros da Flórida que tenha forte impacto, é provável que o mercado passe por grande pânico. É possível testar máximas históricas. Outros especialistas também veem o Brasil, maior produtor de suco de laranja do mundo, com problemas climáticos este ano, que podem ter impactos semelhantes no mercado. Há possibilidade de os preços do suco de laranja concentrado congelado (FCOJ) ultrapassarem o recorde histórico de mais de 220,00 centavos de dólar por libra-peso registrado no início de outubro de 2016. Isso representa aumento de mais de 20% ante o preço recente de 176,00 centavos de dólar por libra-peso.

Os preços da commodity subiram no ano passado após uma safra desastrosa no Brasil e ruim na Flórida. O suco de laranja congelado alcançou recentemente 176,00 centavos de dólar por libra-peso, acima dos 115,00 centavos de dólar por libra-peso do início de novembro passado, de acordo com dados do site TradingEconomics.com. As safras reduzidas deixaram os estoques globais particularmente baixos. Os estoques totalizaram 289.346 toneladas no fim da safra 2021/2022, uma queda de 23% em relação às 524.324 toneladas no início da temporada 2020/2021, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A preocupação agora é que o clima adverso possa deixar o mundo com ainda menos suco de laranja. A temporada de furacões nos Estados Unidos normalmente vai de junho a novembro, sendo que agosto é um dos meses mais movimentados.

Apesar de a temporada de furacões não estar hiperativa, seria necessário apenas um sistema tropical mais forte atingindo a região central da Flórida para prejudicar significativamente a safra de citros. O Brasil tem um risco maior de ser atingido pelo mau tempo, devido à probabilidade de um terceiro ano consecutivo do fenômeno La Niña. O La Niña se forma na costa da América do Sul e pode ter um impacto forte no clima global. É raro haver três anos consecutivos de La Niña, mas quando eles acontecem, como em 1956, 1975 e 2000, os pomares de citros do Brasil ficam mais propensos a serem prejudicados pelo clima quente e seco. Em dois desses três anos, houve seca em algumas das principais áreas de cultivo de laranja do Brasil. A demanda por suco de laranja está diminuindo agora, à medida que a pandemia de Covid-19 vai ficando para trás. As vendas de suco de laranja aumentaram durante a pandemia, enquanto os consumidores tentavam potencializar sua imunidade com sucos ricos em vitamina C. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.