ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Jun/2022

Suco de Laranja: Brasil perde oportunidade nos EUA

Segundo a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), a menor produção de laranja na Flórida (EUA), numa série histórica de dados de mais de 80 anos, poderia se tornar a grande oportunidade para produtores brasileiros, mas, ao que tudo indica, favorecerá os produtores mexicanos. A associação cita o episódio da Florida's Natural, principal marca de suco de laranja de origem norte-americana, que anunciou em 17 de maio a compra de suco concentrado mexicano para ser adicionado à bebida, que durante décadas teve como principal diferencial o fato de ser 100% produzida nos Estados Unidos. A Florida's Natural afirmou que a intenção inicial era incorporar suco de laranja não concentrado de origem brasileira.

Porém, a quantidade de sólidos presentes na bebida brasileira não seria suficiente para corrigir o produto norte-americano, que passa por sérios problemas de qualidade decorrente do greening, doença que afeta a produção daquele País de forma drástica. A única saída foi a incorporação de suco de laranja concentrado mexicano. Após cuidadosa consideração, a empresa começou a misturar o melhor de dos sólidos NFC da Flórida com o mais alto grau de concentrado de suco de laranja mexicano em todos os itens de suco de laranja da marca Forida’s Natural. Essa transição acontecerá entre meados de maio e junho. Segundo a CitrusBR, a escolha do concentrado mexicano em detrimento ao brasileiro é uma questão comercial. O suco de laranja mexicano é beneficiado por um acordo de livre comércio com os Estados Unidos que, desde 2008, concede isenção total de impostos enquanto o produto brasileiro é penalizado em US$ 415,86 por tonelada.

Agrava a situação as ações da Receita Federal do Brasil que, desde 2019 cobram 34% de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica sobre o imposto pago ao governo norte-americano. Essa é uma situação que tem prejudicado a indústria exportadora do Brasil que sempre foi líder naquele mercado e perde um dos maiores clientes para um concorrente que tem aproveitado as nossas do Brasil. A insegurança jurídica causada por essa ação, que se estende por dois anos, já traz consequências. O importador continua procurando as melhores ofertas e o exportador, as melhores oportunidades, mas, para isso, é preciso segurança jurídica. Entretanto, é possível perceber interesse por parte da Receita Federal do Brasil em resolver o problema, que também tem sido analisado pelo Congresso Nacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.