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27/Mai/2022

Cacau: CRA sustentável eleva renda de produtores

O primeiro Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) sustentável do País completou um ano antecipando os resultados socioambientais previstos pelo projeto. O CRA sustentável teve como destino a cadeia de cacau do sul da Bahia e soma recursos da ordem de R$ 1,37 milhão, repassados a 184 produtores da região. Segundo o relatório da ONG Tabôa, o financiamento obtido a partir da emissão do CRA sustentável garantiu uma melhora de 38,9% na renda bruta média dos agricultores familiares que acessaram o crédito na primeira rodada. O resultado é explicado pelo aumento da produtividade, que cresceu em média 36,2%, e da produção para o mercado de qualidade de cacau. Além disso, entre os que produziram cacau de qualidade, que é vendido com um prêmio sobre o preço da commodity no mercado, esse incremento foi ainda maior: 58,6%, em média.

Nesse período, o número de produtores de cacau de qualidade saltou de 16 para 44, um crescimento de 157%. O CRA sustentável foi emitido a partir de recursos de investidores do mercado e de organizações filantrópicas, que contribuem para a viabilidade econômica da operação. A ONG Tabôa desenhou a operação em conjunto com o Grupo Gaia e os institutos Arapyaú e Humanize. O propósito da emissão deste CRA sustentável foi melhorar a qualidade de vida dos agricultores familiares por meio do aumento de renda e do incentivo à adoção de métodos de agricultura de baixo carbono. Boa parte dos produtores participantes do projeto nunca tinha feito empréstimo agrícola antes.

O CRA não foi feito para substituir as políticas públicas de financiamento rural, mas sim como uma demonstração de que é possível criar processos mais inclusivos e simplificados de acesso ao crédito e ao mesmo tempo garantir baixa inadimplência. Outro dado que chamou a atenção no relatório foi a inadimplência quase zero (0,48%), muito abaixo dos parâmetros usados para estruturar o projeto. Os recursos foram usados para compra de insumos e investimento em sistemas agroflorestais com cacau e outras culturas (como açaí, cajá e banana), e para a aquisição de estufas, casas para fermentação das amêndoas do cacau e armazéns. Os créditos têm prazo de até três anos para pagamento e uma taxa de juros de 1% ao mês. Os pagamentos são semestrais. Os agricultores pegaram, em média, R$ 7.000,00. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.