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29/Abr/2022

Consumo de frutas e legumes recua na pandemia

Desde o início da pandemia, os brasileiros ficaram menos ativos fisicamente e passaram a se alimentar pior. Os efeitos da crise foram mais graves entre desempregados e pessoas com menos escolaridade. A conclusão é do levantamento telefônico Covitel, da Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Da pré-pandemia até o 1º trimestre deste ano, o consumo de frutas e legumes entre os brasileiros que perderam o emprego caiu 37%. A taxa de pessoas na categoria que comia frutas cinco vezes por semana ou mais recuou de 42,6% para 26,7%. A queda no consumo de verduras e legumes entre os que perderam o trabalho teve comportamento parecido: de 44,2% para 27,6%. Nos últimos anos, o Brasil teve alta no desemprego e explosão de preços. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre deste ano, o País somava 12 milhões de desempregados (11,2%). Nas outras faixas da população (aqueles que seguem trabalhando e os que já estavam sem emprego antes do surgimento da Covid-19), não houve redução estatisticamente significativa desse consumo.

Basicamente, o que a pandemia fez foi piorar a situação dos mais vulneráveis. A pandemia causou aumento das desigualdades que já existiam. Outros dados mostram que o impacto na alimentação foi mais forte entre os vulneráveis. A proporção dos que consomem frutas cinco dias na semana ou mais caiu 17% entre os menos escolarizados (que estudaram até oito anos). Para a população preta e parda, o recuo foi de 15,9%. Por trás disso está o encarecimento da alimentação somado à retração de renda. Em um ano, dos mais de 400 itens acompanhados pelo IBGE, a cenoura é a que ficou mais cara no acumulado: alta de 166,17%. Seguida do tomate (+94,55%) e do pimentão (+80,44%). Ao mesmo tempo que a alimentação piorava, os desempregados e menos escolarizados passaram a praticar menos atividade física no tempo livre (equivalente a pelo menos 150 minutos de exercício moderado por semana). A taxa de ativos no lazer caiu 30% para os que perderam emprego; 39% para os que nunca trabalharam; e 30% para os que estudaram até oito anos.

A piora na alimentação e a redução na atividade física preocupam, pois são fatores para doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), sete entre as dez principais causas de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Especialistas indicam ser necessário combater desigualdades e “inverter pirâmide”, ou seja, investir mais em prevenção para gastar menos em tratamento. O estudo buscou aferir o impacto da pandemia nos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis na população adulta, com 18 anos ou mais. Os mais de 9 mil entrevistados deram respostas relativas ao período pré-pandemia e ao primeiro trimestre deste ano. Por mais que tenha identificado retrocesso nos fatores de risco para essas doenças, principalmente entre os mais vulneráveis, há estabilidade nos diagnósticos de diabete e hipertensão, o que pode indicar subnotificação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.