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30/Mar/2022

Citros: parceria para mapear carbono em SP e MG

O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciam um projeto que vai mensurar o estoque de carbono existente nas laranjeiras e nas áreas destinadas à preservação no cinturão citrícola do estado de São Paulo e Minas Gerais (Sudoeste e Triângulo Mineiro), o maior do mundo. A estocagem de carbono é considerada um indicador de qualidade ambiental, apontando se uma determinada área está sequestrando ou emitindo gás carbônico. O projeto recebe aporte de recursos da Innocent Drinks, após ter sido selecionado pelo Fundo de Inovação para Agricultores da empresa, entre propostas de diversos países. Além disso, o trabalho também avaliará a biodiversidade presente nas propriedades do cinturão citrícola, por meio do levantamento da fauna silvestre que habita as propriedades.

O trabalho no cinturão citrícola fornecerá dados sobre estocagem de carbono no segmento, de forma inédita, e envolverá tanto os pomares de laranja quanto as áreas destinadas à vegetação nativa das propriedades rurais, em um território de quase 600 mil hectares. Metodologias diferentes serão utilizadas para as áreas de produção e de preservação. A primeira envolverá a pesagem de árvores, por amostragem, para calcular a quantidade média de Carbono estocado em cada uma. Elas serão pesadas no campo e depois secas, para, então, se chegar às estimativas por planta, por hectare e para o cinturão citrícola. À frente dessa etapa do projeto, a Embrapa Territorial (SP) já fez um pequeno levantamento com metodologia semelhante, em 2006, em laranjais e cafezais de são Paulo. A expectativa, agora, é ampliar o trabalho e ter dados condizentes com as mudanças de manejo que ocorreram no cultivo de citros nos últimos 15 anos, como, por exemplo, o adensamento de árvores e o não revolvimento do solo nos pomares. Como aumentou a concentração de plantas, então é muito mais carbono por hectare.

Plantas estocam carbono em sua biomassa, à medida que capturam CO2 da atmosfera na fotossíntese. Isso ocorre principalmente na fase de crescimento, mas continua acontecendo, de forma menos intensa, mesmo depois da maturidade atingida. Existem pesquisas apontando isso, até mesmo na Amazônia: uma floresta perene, bem madura, continua a sequestrar carbono. O carbono fica acumulado tanto no corpo da planta (tronco, galhos, folhas, flores, frutos), quanto na matéria orgânica ainda não decomposta no chão (a serapilheira), nas raízes e no solo. Esse estoque é um indicador básico de qualidade ambiental utilizado em fóruns internacionais, como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). O acompanhamento periódico desse indicador aponta se uma área está sequestrando ou emitindo gás carbônico, um dos principais geradores de efeito estufa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.