13/Dez/2021
De acordo com a 2ª Reestimativa do Fundo de Defesa da Citricultura, realizada com a cooperação da Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp, divulgada na sexta-feira (10/12), a safra de laranja 2021/2022 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro (MG) deve alcançar 264,14 milhões de caixas de 40,8 Kg. O resultado corresponde a uma perda de 30 milhões de caixas de 40,8 Kg em relação à expectativa inicial, de maio, o equivalente a 10,21%. Em comparação com a previsão anterior, de setembro (267,87 milhões de caixas de 40,8 Kg), a queda é de 1,39%. Da safra total, cerca de 23,46 milhões de caixas de 40,8 Kg deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro (MG). As condições climáticas adversas nesta temporada, que incluem a mais severa seca em quase um século e sucessivas geadas, inibiram o crescimento das laranjas e aumentaram a queda prematura de frutos.
O volume acumulado de chuvas de maio a novembro de 2021 foi de 344 milímetros, em média nas regiões do cinturão citrícola, 31% abaixo da normal climatológica (1981-2020), de acordo com dados da Somar/Climatempo Meteorologia. Esse padrão de chuvas inferior à média histórica ocorreu em 11 regiões com diferentes intensidades: -3% no Triângulo Mineiro (MG); -18% em Bebedouro (SP); -51% em Votuporanga (SP); -13% em São José do Rio Preto (SP); -26% em Matão; -42% em Duartina (SP); -35% em Brotas (SP); -30% em Porto Ferreira (SP); -50% em Limeira (SP); -42% em Avaré (SP); e -30% em Itapetininga (SP). Apenas na região de Altinópolis (SP) o volume de chuvas foi diferente das demais e ficou 16% acima da média. A estiagem intensa reduziu o nível de água dos rios e reservatórios, dificultando a disponibilidade até mesmo para os pomares com sistema de irrigação instalado, que abrangem mais de 30% da área do cinturão citrícola.
No geral, a gravidade da seca só começou a diminuir em outubro, único mês desde o início da safra em que as chuvas superaram a média histórica. O quadro de chuvas observado, com estiagens regionalizadas, é típico do fenômeno climático La Niña, que está em atuação desde a primavera e deve se estender até o outono de 2022. A colheita avançou e, em meados de novembro, alcançou cerca de 65% da produção total, mas ainda está em ritmo mais lento que o normal por causa das condições climáticas desfavoráveis e da maior concentração de frutos de segunda florada. A colheita das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi foi finalizada; das outras precoces, Valência Americana, Seleta e Pineapple, atingiu 90%; Pera Rio, 70%; Valência e Valência Folha Murcha, 43%; e Natal, 39%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.