ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Nov/2021

Laranja: alerta para a alta incidência de greening

De acordo com levantamento anual realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), algumas das principais regiões produtoras de laranja do País têm apresentado elevada incidência de greening, a mais preocupante doença da citricultura mundial atualmente. Em São Paulo, nas regiões de Limeira, Brotas, Porto Ferreira, Avaré e Duartina, que concentram 51% das laranjeiras da principal área produtora do mundo, a doença causa prejuízos à produção e exige ação conjunta firme dos citricultores. Enquanto a média no parque citrícola é 22,37%, em Limeira a doença já afeta 61,75% das plantas; em Brotas, 50,40%; e em Porto Ferreira, 37,84%. Nas regiões de Avaré e Duartina, ao sudoeste do Estado, as incidências são consideradas altas, 29,41% e 26,15%, respectivamente. A forte presença da doença se reflete em danos à produção e prejuízo aos citricultores: das cerca de 8,5 milhões de plantas eliminadas em 2020 por causa do greening em todo o parque, 92% estavam nessas cinco regiões. Outros impactos negativos são a redução da produção em virtude da queda prematura de frutos e a piora da sua qualidade.

Em locais que possuem baixos índices de greening, a participação da doença na taxa queda de frutas é inferior a 2%. No entanto, nessas regiões, a doença já tem uma participação muito significativa, tendo sido responsável por 46,7% da queda de frutos em Limeira, 39% em Brotas, 30,4% em Porto Ferreira, 24,3% em Duartina e 7,8% em Avaré. O mais preocupante é que altas incidências de greening também dificultam o controle em pomares jovens, que representam a continuidade da cultura, parte significativa das laranjeiras com até cinco anos plantadas nessas regiões já estão doentes: 32% em Limeira, 27,9% em Brotas, 18,7% em Porto Ferreira, 11,6% em Avaré e 6,1% em Duartina, enquanto nas demais regiões do cinturão a porcentagem não ultrapassa os 10%. As plantas jovens são mais suscetíveis a novas infecções por brotarem frequentemente e que quando há muitas plantas adultas doentes e controle insuficiente do psilídeo (inseto vetor do greening) fica mais difícil evitar que a doença avance para os plantios novos.

A situação fica ainda mais grave, no entanto, pela grande quantidade de plantas jovens presente nessas cinco regiões: elas concentram 50,8% dos pomares com até cinco anos. Nas regiões ou em locais com alta incidência, o sucesso da renovação dos pomares e seu futuro estão em risco se não forem adotadas todas as medidas de manejo. Para mudar o cenário, a Fundecitrus chama atenção para a necessidade de intensificar as ações de manejo, dentro e ao redor das propriedades. Internamente, aumentar o rigor no controle do psilídeo e na eliminação de plantas doentes, pois, como não há cura para as árvores contaminadas, a manutenção aumenta a dependência pelo controle químico do inseto vetor. Nas proximidades, é necessário adotar também maior rigor na substituição de plantas de citros e murtas em quintais e a eliminação de pomares mal manejados ou abandonados, quando isso não for possível, realizar o controle do psilídeo. O momento é preocupante e requer uma tomada de decisão radical do setor para reverter a situação. A única alternativa é que os citricultores adotem o manejo de forma integrada e com extremo rigor. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.