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16/Abr/2021

Hortifrúti: fraca demanda pressionando os preços

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 4º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira (15/04), os preços das principais hortaliças (alface, cenoura, batata, cebola e tomate), comercializadas no atacado, em março, registraram queda. O resultado, em geral, é reflexo de uma maior oferta nos mercados e uma diminuição no consumo. Enquanto o avanço da colheita resulta numa maior quantidade de produto nas Centrais de Abastecimento (Ceasas), as medidas restritivas para o combate ao novo coronavírus afetam a demanda. Em abril, o cenário segue ainda incerto. A pesquisa da Conab considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

A maior queda foi verificada nos preços de comercialização da batata. Para o tubérculo, as cotações caíram dois dígitos em todas as Ceasas pesquisadas. O Rio de Janeiro foi o Estado que registrou o barateamento mais intenso, atingindo um porcentual negativo de 39,47%. Com o pico da safra das águas registrado entre fevereiro e março, essa redução era esperada. Para este mês, a tendência é que ocorra pressão de alta nos preços. No caso da cenoura, o entreposto de Goiás registrou queda significativa nos preços da raiz, sendo que nesse atacado ficou 24,84% mais barata. Mesmo que já seja possível observar uma reversão da tendência de declínio dos preços da cenoura, o aumento registrado no início de abril ainda é pequeno, tanto pela demanda continuar retraída quanto pela qualidade do produto ofertada nos mercados.

Cebola e tomate também registram comportamento semelhante. A oferta de cebola aumentou cerca de 15% no País. Mas, a tendência dos preços para abril será determinada pela intensificação da colheita nas regiões produtoras do Nordeste, uma vez que se registra o fim da safra na Região Sul do País. Em abril, as cotações do tomate, por sua vez, começam a apresentar alta. O ápice da safra de verão já ocorreu e a oferta das áreas produtoras não deve se sustentar nos mesmos níveis. No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia). Os destaques vão para a maçã e o mamão que tiveram comportamentos opostos. Enquanto a maça ficou mais barata em todas as centrais analisadas, o mamão teve elevação das cotações, chegando a quase triplicar de preço em Goiânia (GO) com alta de 144,85%.

A queda nos valores comercializados da maçã segue os motivos das reduções nas hortaliças, uma maior oferta nas regiões produtoras, principalmente com a intensificação da variedade fuji, combinada com a demanda mais fraca. Para o mamão, apesar da diminuição pela procura do produto, a queda da colheita na maioria das regiões produtoras foi determinante para a alta. A expectativa é que em abril ocorra um aumento no volume do produto disponível no atacado, já que há expectativa de amadurecimento precoce de frutas no oeste da Bahia, devido ao calor projetado para a região pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No caso da banana, o mês de março registrou elevação da oferta em quase todas as Ceasas e queda de preços na maioria delas. Essa dinâmica foi influenciada pelo aumento do volume colhido de banana nanica, no fim do mês, na microrregião de Registro (SP), da banana prata na região de Janaúba (MG) e da queda geral da demanda.

Se fevereiro teve queda da comercialização de laranjas em todas as Ceasas, somada a pequenas oscilações de preços, março registrou leve alta da comercialização conjugada a pequenas elevações nas cotações. Isso ocorreu em virtude da melhor qualidade das frutas comercializadas (principalmente as precoces e as laranjas pera tardias). O leve aumento da oferta de melancias no decorrer do mês na maioria das Ceasas não se transformou automaticamente em grande queda das cotações. A demanda foi amortecida, e para não haver grande queda de preços e da rentabilidade, menos melancias foram adquiridas pelos atacadistas, principalmente levando-se em conta o mesmo período do ano passado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.