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13/Abr/2021

Laranja: clima provocou quebras em 2020/2021

Segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a safra de laranja 2020/2021 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro foi de 268,63 milhões de caixas de 40,8 Kg, o que corresponde a uma queda de 30,55% (menos 118,16 milhões de caixas de 40,8 Kg) em comparação com o período anterior 2019/2020. O resultado confirma a maior quebra de safra entre todos os anos em que a cultura sofreu os efeitos fisiológicos da bienalidade negativa desde o início da série histórica, em 1988. O volume final da safra 2020/2021 também é 6,65% menor do que o projetado inicialmente, em maio de 2020. Cerca de 19,33 milhões de caixas de 40,8 Kg foram produzidas no Triângulo Mineiro.

Essa foi uma safra difícil não só pelo forte impacto do clima adverso, que levou a uma significativa redução da produção, mas também pelas restrições impostas pela pandemia. Os motivos para a quebra são o ciclo bienal da cultura e o clima extremamente adverso ao longo da safra.

Como a temporada anterior registrou produtividade recorde, as laranjeiras chegaram à época do florescimento com suas reservas energéticas em níveis mais baixos, o que ocasionou uma redução significativa do número de frutos por árvore, fenômeno conhecido também como alternância de produção, ou bienalidade negativa. O clima desfavorável começou ainda em setembro e outubro de 2019, com veranico e temperaturas elevadas que prejudicaram a fixação dos frutos recém-formados, resultando em uma menor concentração de laranjas na florada principal. Durante a fase de desenvolvimento dos frutos, a seca e o calor se intensificaram com a chegada de fenômenos climáticos, como a La Niña. A forte influência das condições climáticas foi determinante na maior parte do parque citrícola em 2020. Algumas regiões ficaram até 145 dias seguidos sem chuva significativa e uma onda de calor extremo fez de setembro e outubro os meses mais quentes, com temperaturas, respectivamente, 4,4°C e 3,1°C graus acima das médias máximas históricas.

Essa combinação deixou os frutos 6,5% menores do que a média das últimas cinco safras, provocou a maior taxa de queda de frutos já medida e causou a morte de mais de 1,3 milhão de árvores. A taxa média de queda de frutos atingiu 21,60%. Os principais motivos foram: queda natural e mecânica (6,63%), bicho-furão e mosca-das-frutas (4,76%), greening (3,71%), pinta preta (2,98%), leprose (1,70%), rachadura da casca dos frutos, ocasionada pela perda de plasticidade da casca em virtude da seca extremamente severa (1,45%) e cancro cítrico (0,37%). O peso médio dos frutos colhidos ficou em 158 gramas. Por causa das restrições impostas pela pandemia no estado de São Paulo e pelo lockdown feito em Araraquara, cidade onde fica a sede do Fundecitrus, o anúncio da estimativa da safra 2021/2022, tradicionalmente feito na primeira quinzena de maio, será em 27 de maio. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.