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21/Jan/2021

Pêssego: produto ganha mercados de exportação

Há duas safras, produtores brasileiros de pêssego têm aproveitado um intervalo de produção das safras do Hemisfério Norte para exportar a fruta para França e Canadá. Entre os motivos que levaram a essa conquista estão duas variedades desenvolvidas pela Embrapa Clima Temperado (RS), a BRS Kampai e a BRS Fascínio. Os frutos de ambas somaram mais de 60 toneladas nas exportações brasileiras de pêssego em 2020. O volume exportado ainda é pequeno, porém, abre um caminho que pode ser expandido. As variedades BRS Kampai e BRS Fascínio se destacam para exportação principalmente porque apresentam firmeza suficiente para aguentar cerca de 12 horas de transporte aéreo sem danos, além da boa cor e sabor.

As variedades de polpa branca, como é o caso de ambas, geralmente são muito macias. Há mais de uma década, a pesquisa da Embrapa priorizou melhorar a firmeza deste tipo de polpa, resultando nessas variedades. Além das características do material, destaca-se o trabalho dos produtores no manejo dos pomares para a expressão da qualidade das cultivares. As variedades têm potencial genético. Mas, a expressão desse potencial depende muito do trabalho do produtor, por isso, há muito mérito deles. A propriedade Irmãos Parise, localizada em Jarinu (SP), é a responsável pela exportação. Há cerca de 30 anos, a família se dedica à produção de frutas para o mercado interno, sendo o pêssego o carro-chefe. São 19 anos com a cultura. Eles também produzem atemoia, caqui, pitaya, lichia, tangerina, goiaba e manga.

O objetivo é trabalhar com um leque diversificado de frutas para produzir e comercializar durante o ano inteiro. As primeiras frutas exportadas pela propriedade, em 2018, foram a atemoia, o caqui e a lichia, dado o volume de produção e a qualidade adequada ao cliente externo. Atualmente, o mercado para essas frutas no Canadá e União Europeia já está consolidado. O próximo passo foi a inserção do pêssego no mercado internacional. Todas as frutas que chegam ao Hemisfério Norte são das variedades BRS Kampai e BRS Fascínio, já que suas características atendem a mercados exigentes, como o europeu. As variedades atendem as demandas por sabor, coloração e durabilidade da fruta. Por isso, a exportação é 100% de pêssego desenvolvido pela Embrapa. As exportações tiveram início em 2019, para Paris, na França. Foram embarcadas cerca de 20 toneladas de pêssegos da variedade BRS Kampai e, em seguida, da BRS Fascínio. A preocupação inicial foi com a logística e a durabilidade. Mas, as variedades atenderam às necessidades.

A safra em países produtores do Hemisfério Norte, como México, Estados Unidos e Canadá, vai de junho a meados de setembro. É justamente quando termina a oferta por lá que o pêssego brasileiro pode abastecer o mercado. A janela para a comercialização da safra brasileira vai de outubro a janeiro, dependendo da região e do ciclo da variedade cultivada no País. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 o Brasil foi responsável pela produção de 183,1 mil toneladas de pêssego, em cerca de 16 mil hectares colhidos. O maior estado produtor é o Rio Grande do Sul, com produção de 110,2 mil toneladas, em 11,8 mil hectares. São Paulo fica em segundo lugar, com 32,9 mil toneladas, em 1,5 mil hectares. Na sequência, os maiores produtores são Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.