19/Out/2020
Estimular a produção de frutas de maior valor agregado entre pequenos e médios produtores rurais do Distrito federal, de 29 municípios de Goiás e 4 de Minas Gerais. Essa é uma das metas do Polo de Fruticultura da Ride (região integrada e desenvolvimento que envolve o Distrito Federal e os demais municípios). A iniciativa envolve os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento Regional, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). No dia 22 de outubro, será divulgado o resultado do edital para contratação dos serviços e estruturação do projeto, que prevê plano de comunicação, preparação de um piloto de plataforma interativa de acompanhamento e avaliação dos trabalhos e produção do plano estratégico de desenvolvimento do polo.
Esse é um importante passo para o polo “sair do papel”. Inicialmente, serão destinados R$ 950 mil para a estruturação do projeto. A ênfase no Distrito Federal será o cultivo de frutas de alto valor agregado como mirtilo (também chamada de blueberry) framboesa e outras de clima temperado, como abacaxi, laranja, mamão, manga, uva e morango. Entre os objetivos estão a promoção do uso dos recursos naturais e agregação de valor aos produtos. O público-alvo serão os pequenos e médios produtores rurais dedicados às ações ambientalmente sustentáveis, como o uso da irrigação por gotejamento, além de empresas beneficiadoras das frutas e startups inovadoras. Também será estimulada a formação de associações e cooperativas de produtores.
Segundo o Plano Diretor de Agricultura Irrigada do DF (PDAI-DF), existe um déficit na produção de frutas e consumo equivalente a 37.768 toneladas por ano. Os produtos com maior demanda em comparação à produção são: abacaxi, laranja, mamão, manga, morango e uva. A demanda inicial por mudas de mirtilo deverá ser de 30 a 40 mil unidades, com potencial de produção em até 8 meses por serem irrigadas. A produção estimada é de 30 toneladas por hectare, com rentabilidade aproximada de R$ 300 mil por hectare, se a fruta for comercializada a R$ 8,00 por Kg. Atualmente, a Unidade de Biotecnologia da Universidade de Brasília (UnB) produz as mudas. O mirtilo necessita de colheita manual, o que vai representar número significativo de novos empregos.
O consumo do mirtilo tem se popularizado no mundo e recomendado por médicos e nutricionistas pelos benefícios à saúde, como o alto teor de antioxidantes naturais. O Polo de Fruticultura da Ride faz parte das Rotas de Integração Nacional, da Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, do Ministério do Desenvolvimento Regional. Depois de criadas, as rotas atuam com redes interligadas de Arranjos Produtivos Locais (APLs) para promover inovação, diferenciação, competitividade e lucratividade de empreendimentos associados. Ao todo, existem dez tipos de rotas no País: do Açaí; da Biodiversidade; do Cacau; do Cordeiro; da Economia Circular; da Fruticultura; do Leite; do Mel; do Peixe; e da Tecnologia da Informação e Comunicação. Os trabalhos ocorrem em 800 municípios nas cinco regiões do Brasil. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.