ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Ago/2020

Citros: cancro avançando nos pomares de SP e MG

Segundo levantamento anual do Fundecitrus, os pomares de citros no chamado cinturão citrícola do País, entre São Paulo, Triângulo Mineiro e sudeste de Minas Gerais, sofreram mais com o cancro cítrico e o greening, cuja incidência aumentou de 2019 para 2020. O CVC, outra moléstia da cultura, se retraiu na área pesquisada no período. O cancro atinge 17,26% das árvores de citros entre São Paulo e Minas Gerais, o que equivale a 34 milhões de plantas. A incidência é 15% maior em relação a 2019, quando 15,01% das plantas da região estavam afetadas pela doença. O aumento da incidência nos pomares já era esperado, depois que São Paulo adotou, em 2017, o status fitossanitário de Área sob Mitigação de Risco, que permite a manutenção de plantas sintomáticas. Antes, elas tinham de ser erradicadas.

As regiões com maior incidência da doença são Votuporanga (75,5% de plantas doentes), São José do Rio Preto (46,63%), Bebedouro (34,64%) e Matão (26,83%). O greening, a doença mais séria da citricultura, atinge 20,87% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais. Apesar do aumento da incidência média pelo terceiro ano consecutivo, há regiões nas quais o índice segue baixo e outras, mais críticas, que tiveram redução da doença. Este percentual corresponde a 41 milhões de árvores afetadas e é 9,7% maior em relação ao levantamento de 2019, quando 19,02% das plantas do parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais sofriam da doença. Em relação ao CVC, houve recuo em 2020 ante 2019, passando de 1,71% plantas afetadas no ano passado para 1,04% este ano, o que corresponde a 2 milhões de árvores.

A maior incidência foi encontrada na região de Votuporanga (3,43%), seguida de Matão (2,76%), Limeira (2,50%), Porto Ferreira (1,85%), São José do Rio Preto (1,31%), Altinópolis (1,15%) e Bebedouro (0,83%). No Triângulo Mineiro e em Duartina, Brotas, Avaré e Itapetininga, a CVC não foi detectada. Há preocupação especial em relação ao greening e ao crescimento da doença nos pomares de São Paulo e Minas Gerais. Porém, a presença de regiões onde a incidência segue baixa e locais onde diminuiu ou se estabilizou. Por um lado, os dados acendem um sinal de alerta para a necessidade da redução do greening no parque citrícola. Por outro lado, existem boas notícias: além das regiões limítrofes do cinturão citrícola seguirem com baixa incidência, o manejo externo, quando associado ao manejo interno rigoroso, é efetivo e influenciou a redução e estabilização da doença em áreas consideradas críticas, como Matão, região onde a doença surgiu no País, e Duartina.

Apesar do aumento da incidência média de greening pelo terceiro ano consecutivo no Brasil, o índice permanece bem abaixo dos mais de 90% estimados na Flórida (Estados Unidos). O Estado norte-americano, que já foi um dos principais produtores de laranja, colheu, este ano, sua segunda menor safra desde a chegada da doença, em 2005. As regiões mais afetadas pelo greening no Brasil continuam sendo Brotas (60,46%), Limeira (53,18%), Porto Ferreira (33,67%) e Duartina (30,81%). Em uma faixa intermediária estão as regiões de Avaré (16,77%), Altinópolis (15,73%) e Matão (14,47%). Bebedouro (8,92%), São José do Rio Preto (3,5%), Votuporanga (0,08%), Triângulo Mineiro (0,08%) e Itapetininga (1,63%) são as regiões com menor incidência. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.