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22/Abr/2020

Laranja: exportação de suco cresce em 2019/2020

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), a exportação total de suco de laranja brasileiro (FCOJ) teve uma alta de 18% nos nove primeiros meses da safra 2019/2020 (julho a março) em comparação com o mesmo período da safra anterior. Ao todo, foram embarcadas 861.700 toneladas ante 732.048 toneladas de igual período da safra 2018/2019. Em faturamento, o aumento é de 6% com um total de US$ 1,445 bilhão ante US$ 1,369 bilhão na safra anterior. O resultado, entretanto, é proporcional ao volume exportado na safra retrasada, 2017/2018, que serve como referência para comparação. A safra 2018/2019 fechou com o segundo pior volume exportado desde que o Brasil ultrapassou a barreira de 1 milhão de toneladas exportadas na safra 1991/1992. O volume exportado no período equivale ao desempenho de dois anos atrás, ou seja, da safra 2017/2018, que foi um bom ano, mas ainda abaixo dos melhores índices observados entre as safras 2003/2004 e 2006/2007, entre outras.

Assim, por mais que seja relevante a qualidade nutricional do produto brasileiro e que o setor esteja otimista pelo produto estar sendo lembrado por consumidores de todo mundo num momento tão delicado por causa da pandemia por coronavírus, é preciso ter cautela na leitura dos números. Houve uma corrida grande aos supermercados a partir da segunda semana de março em que aparentemente os consumidores aumentaram a procura por suco de laranja em virtude da concentração de vitamina C e aproveitaram para estocar o produto em casa. Parte do aumento de compra deve ser atribuída à procura de vitamina C e parte do aumento se deve à estocagem de suco na casa das pessoas. Não é possível saber qual o peso de cada uma das razões do aumento neste momento. Se por um lado estima-se um aumento de 10% de consumo no varejo norte-americano em 2020, com grande concentração em março, por outro, o setor de food service foi devastado pela pandemia.

O setor de food service é muito relevante, principalmente nos Estados Unidos, e essa queda anula parte dos ganhos que aconteceram no varejo. O setor vai acompanhar os dados e relatórios nas próximas semanas com serenidade. Para o seu principal destino, a União Europeia, os embarques de suco de laranja totalizaram de julho a março, 597.242 toneladas, 26% acima das 472.449 toneladas exportadas na safra anterior. O faturamento somou US$ 1,011 bilhão, 14% a mais que em 2018/2019, quando foram exportados US$ 886,812 milhões. Segundo principal destino do suco de laranja brasileiro, os Estados Unidos, no período, importaram 138.800 toneladas, 16% a menos do que observado entre julho e março do ano passado, com 165.015 toneladas. Em faturamento, os embarques para os Estados Unidos somaram US$ 224,7 milhões, redução de 11% no comparativo com a safra passada, quando as receitas foram de US$ 295,5 milhões.

A redução nos embarques ainda é reflexo da alta nos estoques de suco reportados nos Estados Unidos, que estão nos maiores níveis dos últimos cinco anos. Os embarques de suco de laranja para o Japão também registraram alta entre julho e março de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesta temporada, já foram exportadas para o país, 48.944 toneladas, 38% a mais que nos oito meses da safra 2018/2019, com 35.345 toneladas. O faturamento cresceu 28%, com US$ 87,07 milhões ante os US$ 68,2 milhões. A China registrou uma alta de 46% nas importações de suco de laranja brasileiro no período, chegando ao volume de 35.991 toneladas ante 24.601 na safra anterior. Em faturamento o incremento é de 1% nos primeiros oito meses com US$ 50,6 milhões ante US$ 50,2 milhões no período anterior. Uma das explicações pode ser a desvalorização do suco ao longo desse período em comparação ao período anterior, o mercado chinês é muito suscetível a preço e faz sentido um aumento nessa conjuntura. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.