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17/Out/2019

Laranja: preço define a demanda da UE pelo suco

Na próxima segunda-feira (21/10), esta coluna completa quatro anos. O primeiro texto, de 21 de outubro de 2015, mostrava a preocupação da poderosa indústria brasileira de suco de laranja com a queda na demanda na União Europeia. Há tempos, os europeus são os maiores clientes da nossa bebida e contribuem com pelo menos 70% das exportações brasileiras, as quais movimentam, em média, um total de US$ 2 bilhões por ano. À época, o suco de laranja perdia espaço para adversários na Europa. Os motivos: preço mais caro, a concorrência do suco de maçã e de outras bebidas - muitas sem a adição de qualquer tipo de fruta - e a fuga de consumidores de bebidas com "açúcar", mesmo que a laranja seja muito mais saudável e tenha a frutose como adoçante natural.

Para tentar reverter a situação, indústria brasileira e engarrafadores europeus lançaram, naquele outubro, uma campanha para mostrar os benefícios da laranja à saúde, com ações de marketing diretamente aos consumidores e o fomento a médicos e especialistas que defendem os sucos de frutas. Recentemente, a campanha foi renovada, mas a fatia bancada pelos produtores brasileiros, de um total de US$ 6 milhões por ano, saiu de 50% para 75%. E o foco no consumidor final foi ampliado. Mesmo com a ação, o consumo de suco de laranja segue volátil naquele mercado. Na safra 2018/2019, encerrada em junho, as exportações para a União Europeia recuaram 10% em volume, para 606.522 toneladas e 8% em receita, para US$ 1,13 bilhão. No primeiro trimestre da atual safra, no entanto, as vendas em relação a igual período da safra passada para o mercado europeu dispararam 56% em volume, para 225.462 toneladas, e 48% em faturamento, para US$ 401,5 milhões.

A avaliação da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), que reúne a indústria brasileira, é que o avanço nas exportações para a União Europeia entre julho e setembro tem como principal fator a queda nos preços. Nesse ponto, a melhor campanha para o aumento do consumo está no valor da bebida ofertada nas gôndolas dos supermercados. E nada mais atual do que a frase de Tomas Mertens, membro do conselho da Associação Europeia de Suco de Frutas (AIJN), na abertura daquela primeira coluna - batizada de "Desafios do suco de laranja brasileiro no hostil mercado europeu" - para encerrar esta, a 174ª. "O suco de laranja é peça-chave do mercado mundial e nós o adoramos. Mas, se o preço subir muito, fique tranquilo. Vamos continuar dormindo bem sem tomar um copo de suco laranja todo dia." Fonte: Gustavo Porto. Agência Estado.