14/Ago/2019
A recuperação da demanda nos Estados Unidos foi fundamental para amenizar a tendência de encolhimento do consumo global de suco de laranja em 2018. Mas, mesmo assim, foi mais um ano de queda, o quarto consecutivo e o 13º desde 2004. O consumo nos 40 principais mercados de suco de laranja do mundo somou 1,853 milhão de toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado (FCOJ) no ano passado, 0,81% menos que em 2017 e volume 22,78% menor que o de 2003, início da série histórica. Em termos absolutos, o recuo desde 2003 chegou a 546 mil toneladas, ou quase todo o mercado norte-americano em 2018. Líderes globais nesse ranking, os Estados Unidos consumiram 576 mil toneladas em 2018, um incremento de 1,25% ante o ano anterior. Apesar desse crescimento (em 2017 houve queda de 9,58% nos Estados Unidos), o consumo norte-americano foi 42,41% mais baixo do que em 2003. Como em outras fronteiras consolidadas para o suco, o tombo decorre sobretudo do aumento do número de bebidas concorrentes mais baratas, como sucos de outros sabores, água de coco, néctares e refrescos.
Nessas duas últimas categorias, muitas das opções até contêm suco de laranja, mas em concentrações baixas, insuficientes para compensar o encolhimento das vendas do “suco 100%”. Segundo maior país consumidor de suco de laranja, a Alemanha voltou a registrar queda em 2018. Na Alemanha, o volume ficou em 138 mil toneladas, com retração de 2,62% na comparação com 2017 e de 44,75% sobre 2003. Na França, as 130 mil toneladas registradas representaram redução de 2,63% e 14,34%, respectivamente. Somadas, as quedas nos Estados Unidos, na Alemanha e na França nos últimos 16 anos até 2018 chegaram a 559 mil toneladas. Para as grandes indústrias reunidas na Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) — Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company —, que lideram os embarques brasileiros de suco de laranja, dominantes no mercado mundial, o alento continua a ser a curva de alta do consumo em países emergentes como a China e o Brasil, como apontou o estudo baseado em informações de TetraPak, Euromonitor, Planet Retail e Departamento de Citrus da Flórida (EUA), entre outras fontes.
Sempre cercado de grandes expectativas, o consumo no país asiático cresceu apenas 0,28% em 2018 ante o ano anterior, mas passou a acumular aumento de 179,55% desde 2003. Como projetam que o crescimento vai continuar, as indústrias já manifestaram ao governo chinês a intenção de investir em infraestrutura portuária no país para facilitar o escoamento dos volumes vendidos. No Brasil, o volume consumido atingiu 82 mil toneladas, com crescimento de 8,53% na comparação com o ano anterior e de 91,92% em relação a 2003. São 13 mil toneladas de um ano para o outro, são 3,6 milhões de caixas de 40,8 Kg, milhões de quilos a mais transformadas em suco, ou 15 milhões de litros a mais no mercado interno. De acordo estimativas do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), mantido com contribuições de produtores de laranja e das indústrias associadas à CitrusBR, a produção da fruta no cinturão formado por pomares de São Paulo e Minas Gerais deverá alcançar quase 390 milhões de caixas de 40,8 Kg nesta safra 2019/2020, que começou em julho, 36% mais que no ciclo passado. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.