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13/Jun/2022

Área plantada tem forte recuo nos últimos 40 anos

A área plantada de feijão no Brasil despencou nos últimos 40 anos. No período de 1981 e 1982, a área plantada era de 6,153 milhões de hectares, enquanto em 2021/2022, é de 2,816 milhões, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), uma queda de 54%. O dado deste ano é o menor desde 1976, início da série histórica, e representa a área plantada total no ano, incluindo três safras. Isso significa não significa que a produção vai acabar no longo prazo, mas há o risco de desabastecimento. O Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe) afirma que o feijão não deve desaparecer das prateleiras, pois quando existe uma diminuição no consumo de carnes, aumenta o consumo de feijão, que é a última barreira antes da fome.

A produção atual é insuficiente para abastecer o mercado interno, mas o País acaba buscando outros feijões, como o preto que vem da Argentina. O risco de desabastecimento pode ser evitado pelo aumento no preço, o que vai reduzir a demanda. É provável que os preços tenham uma elevação significativa no final deste ano. Com preços aumentando, a demanda deve sofrer redução, o suficiente para limitar qualquer escassez de oferta. A queda da área plantada se deve ao aumento das áreas de milho e soja, que apresentam uma liquidez de mercado e rentabilidade maior frente ao feijão. Houve queda na produção da 1ª e 2ª safra deste ano.

No caso da 2ª safra, a queda foi intensificada pela geada no Paraná, que causou algumas perdas. Minas Gerais e Goiás perderam produção com estiagem. Na 3ª safra, a área também deverá ser menor devido ao aumento de custos de insumos e sementes para plantio. O feijão tem três safras. A primeira é colhida em janeiro e fevereiro, a segunda em abril e maio e a terceira entre julho e setembro. As duas primeiras safras são de sequeiro, o que significa que dependem do clima. A 3ª safra é irrigada, ou seja, com maior controle por parte dos produtores. O feijão mais afetado com a queda de produção é o carioca. Esse tipo é produzido apenas no Brasil e não tem oferecido muitas vantagens para os produtores.

Por não ser consumido fora do País, não dá para exportá-lo, o que geraria uma renda melhor aos agricultores. Isto tem feito com que as áreas plantadas diminuam. O Brasil aumentou a importação de feijão preto da Argentina nesta temporada em mais de 200%. Para o feijão carioca, a situação deve ser de escassez e preços elevados. Mas, para o consumidor geral, a importação de feijão preto deve manter o abastecimento interno. Uma forma de economizar é apostar em outros tipos de feijões além do carioca. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou que, segundo a Conab, não há previsão de queda na produção de feijão. Fonte: UOL. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.