10/Jan/2022
A queda do poder aquisitivo dos brasileiros tende a enfraquecer a demanda por feijão em 2022 e, consequentemente, pressionar os preços pagos ao produtor. Em setembro do ano passado, no Estado de São Paulo, o preço do feijão carioca de notas 9,0/9,5 era de R$ 300 por saca de 60 Kg, recuando em dezembro passado para R$ 240,00 por saca de 60 Kg e a tendência é de recuar mais no curto prazo. A preocupação é de que o produtor se sinta desestimulado a manter o cultivo. Segundo o Censo Agropecuário de 2017, pequenos produtores de feijão são responsáveis por 40% da safra nacional. Além disso, o cultivo costuma demandar muita mão de obra, funcionando como importante gerador de renda e emprego no campo.
O grupo de Alimentação e Bebidas acumula inflação de 8,68% nos últimos 12 meses. Esse cenário levou tanto a classe média quanto as classes C, D e E a descer alguns degraus quando se trata da capacidade de compra de proteínas, como o feijão. Os consumidores tiveram de adaptar suas dietas para compensar a queda no poder de compra. 100 milhões de brasileiros estão nas classes econômicas mais baixas, e, para 20 milhões destes, nem o feijão tem sido opção. A área plantada com feijão no País tem recuado, mas a produtividade aumenta gradativamente. Na safra 2020/2021, foram semeados com a leguminosa 2,9 milhões de hectares, ante 4,0 milhões de hectares em 2006/2007.
Na temporada 2021/2022, as lavouras devem colher 3,1 milhões de toneladas, alta de 9% na comparação com 2020/2021. No entanto, esse desempenho dependerá dos preços praticados nos primeiros meses do ano: se serão estimulantes ou não para o plantio da segunda e terceira safras, O Brasil produz três safras de feijão por ano. Com boa parte da produção destinada ao mercado interno, que oscila a depender da economia, agricultores têm se voltado a produtos de maior liquidez e remuneração atrelada ao mercado internacional, caso do milho, algodão e soja. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.