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08/Jan/2024

Frango: gripe aviária e custos preocupam em 2024

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta uma alta de até 3,9% nas exportações de carne de frango no próximo ano, alcançando entre 5,2 milhões e 5,3 milhões de toneladas. Já 2023 deve fechar entre 5,05 milhões e 5,15 milhões de toneladas de carne de frango vendidas ao exterior. Quanto à produção de carne de frango, a ABPA projeta até 15,35 milhões de toneladas em 2024, o que seria 3,7% mais em relação a este ano. A ABPA informou, ainda, que o consumo doméstico tende a crescer até 2,2%, para 47 quilos por habitante, ante 46 kg em 2023. Sobre o aumento de custos, com a possibilidade de quebra da safra de soja e milho verão 2023/2024 e uma janela mais apertada para o plantio de milho de inverno, os preços do milho e do farelo de soja - os principais insumos da cadeia produtiva de suínos e aves - tendem a aumentar para o produtor.

Além disso, os estoques de passagem de milho de 2023 para 2024 são menores. Além dos estoques de passagem mais baixos, há possibilidade de safra menor de grãos. A ABPA reconhece haver incertezas sobre a safra de milho 2023/2024, o que pode causar alta de custos, mas diz não crer em explosão de preços. Para a ABPA, caso necessário, a importação de milho poderá ser um auxílio importante. O cenário para o milho em 2024 é preocupante. Podemos ter uma safra 10% menor do grão em 2024. O farelo de soja e o milho já apresentaram altas de preço no fim de 2023. Um fantasma que amedrontou o setor de aves em 2023, a gripe aviária, já não assusta tanto. O risco de a doença chegar aos plantéis comerciais se mantém, porque é difícil controlar a contaminação de aves silvestres; elas serão sempre uma ameaça.

Entretanto, o Brasil mostrou ao mundo que é possível prevenir a doença com medidas de segurança sanitária. Além das providências tomadas nas granjas, a ABPA lançou uma campanha de conscientização da população, principalmente para quem vai à praia - via de entrada de várias espécies de aves migratórias, que vêm passar o verão no Hemisfério Sul. A doença, aparentemente, veio para ficar. Lógico que o nível de biossegurança é alto e o setor está alerta. De todo o modo, o mundo tem várias razões para não embargar o Brasil caso a gripe aviária atinja plantéis comerciais. Se a doença chegar às granjas, o Brasil deve reestabelecer rapidamente todos os mercados que seriam supostamente embargados, até porque a doença está espalhada no mundo e, além disso, o preço da carne de frango subiria muito.

Justamente pelo fato de que a gripe aviária atinge plantéis comerciais de importantes países, como Estados Unidos, Japão e alguns do bloco europeu, o mundo precisará aprender a conviver com a doença. Do lado brasileiro, a providência tomada pelo governo federal, via Ministério da Agricultura, foi alterar o protocolo sanitário com os países importadores, para que eles aceitem a regionalização" da produção brasileira. Ou seja, se a gripe aviária afetar um plantel no Norte do País, a Região Sul não seria punida com embargos, devido ao protocolo sanitário da regionalização. Segundo a ABPA, o Brasil exporta carne de frango para 150 países, sendo que cerca de 15 não aceitam a regionalização, como México, África do Sul e Tajiquistão, entre outros. Mas o Ministério da Agricultura está negociando caso a caso para modificar este protocolo sanitário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.