08/Jan/2024

Os preços da carne de frango caíram no mercado doméstico em 2023, refletindo a produção recorde, e apesar do aumento da exportação, que bateu recorde pelo terceiro ano consecutivo. O frango inteiro resfriado foi negociado no atacado de São Paulo, de janeiro a dezembro), na média de R$ 6,69 o quilo, queda de 13% em comparação com igual período de 2022, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). As maiores quedas nos preços do frango ocorreram em julho. Naquele período, o frango inteiro resfriado negociado no atacado de São Paulo teve média de R$ 5,64 o quilo, o menor valor desde junho de 2020, em termos reais (deflacionados pelo IPCA). Para o frango vivo, os valores de junho foram os menores desde maio de 2020, com o quilo negociado no atacado de São Paulo a R$ 4,49, em valores reais (deflacionados pelo IGP-DI).

Na comparação anual de janeiro a dezembro, houve retração de 11%, com a média a R$ 4,85/kg em 2023. A competitividade da carne de frango em relação à carne de boi também diminuiu em 2023, com maior abate de bovinos e consequente aumento na disponibilidade interna do produto. A menor diferença entre as carnes de frango e bovina em 2023 foi registrada em setembro, quando o frango inteiro resfriado negociado no atacado de São Paulo esteve R$ 8,83/kg abaixo da carcaça casada bovina. Trata-se também da menor diferença entre as duas carnes concorrentes desde outubro de 2019. Em contrapartida, a exportação brasileira de carne de frango bateu novo recorde em 2023. O setor foi impulsionado por fatores relacionados ao conflito no Leste Europeu entre Rússia e Ucrânia, que perdura desde 2022 - antes da guerra, a Ucrânia ocupava a posição de sexto maior exportador da proteína -, e aos surtos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) ao redor do mundo.

Os embarques brasileiros de carne de frango cresceram 5,6% em 2023. Apesar dos baixos preços do frango vivo, o poder de compra dos avicultores melhorou frente ao milho, importante insumo utilizado na atividade. Isso porque o cereal se desvalorizou de forma ainda mais acentuada. Em 2023, considerando as médias do animal vivo comercializado em São Paulo e do milho, no mercado de lotes da região do Indicador de Campinas (SP), foi possível ao avicultor comprar 4,57 quilos do cereal com a venda de 1 quilo de frango, 17,5% acima da quantidade observada no mesmo período de 2022. Já frente ao farelo de soja, também negociado na região de Campinas, foi possível ao avicultor adquirir apenas 2,02 quilos do derivado com a venda de 1 quilo de frango, recuo de 4,6% em igual comparativo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.