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15/Dec/2023

Leite: OMS muda orientação de consumo para bebês

Crianças de 6 a 11 meses de vida que não são amamentadas podem ser alimentadas tanto com fórmulas infantis quanto leite de vaca. A recomendação faz parte da nova diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS) para alimentação complementar de bebês e crianças pequenas de 6 a 23 meses de idade e difere das anteriores, assim como das recomendações de sociedades médicas, que orientam apenas fórmula para essa faixa etária. Os produtos lácteos liberados pela OMS para crianças de 6 a 11 meses são: leite integral pasteurizado, leite reconstituído evaporado (mas não condensado), leite fermentado ou iogurte natural.

Apesar da recomendação, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi, ligado ao Hospital Infantil Sabará explica que a introdução de leite de vaca in natura antes do final do primeiro ano de vida pode desencadear problemas importantes, como maior risco de anemia, sangramentos intestinais e alergia alimentar. No documento, a OMS cita esses estudos, mas conclui que alimentar as crianças com leite de vaca integral pasteurizado é uma escolha segura, assim como o uso de fórmula. A partir de um ano de idade, as fórmulas ou compostos lácteos não devem ser utilizados, apenas o leite de origem animal.

O documento, que apresenta recomendações para orientar famílias, políticas públicas, instituições governamentais, profissionais de saúde e cuidadores, substitui as diretrizes anteriores relacionadas ao tema, uma de 2003 e a outra de 2005. As novas diretrizes incluem recomendações que vão desde a amamentação até o consumo de diferentes alimentos, como o leite de vaca. As orientações só não valem para crianças prematuras, com baixo peso ao nascer, que estão se recuperando de doenças graves ou com deficiências neurológicas. A OMS ressalta que os primeiros dois anos de vida são cruciais para o crescimento do bebê, tanto físico quanto cognitivo.

A inadequação nutricional na infância pode levar à desnutrição, que é composta tanto por subnutrição (retardo de crescimento e emaciação) como por supernutrição (sobrepeso e obesidade). Evidências mostram que a associação da má ingestão alimentar durante a infância aumenta o risco de morbidades, mortalidade, neurodesenvolvimento prejudicado e resultados tardios no desenvolvimento a curto prazo, além de prejudicar o desempenho intelectual, a capacidade de trabalho, aumento do risco de problemas reprodutivos, problemas cardiovasculares e distúrbios autoimunes no longo prazo. Outras recomendações do novo documento incluem:

- Amamentar até pelo menos os dois anos de idade;

- Iniciar a introdução de alimentos complementares a partir dos seis meses de idade - salvo exceções, que podem se beneficiar de um início mais precoce;

- Garantir uma dieta diversificada para crianças de 6 a 23 meses;

- Evitar que crianças de 6 a 23 meses comam alimentos ricos em açúcar, sal, gorduras trans, adoçantes e bebidas açucaradas;

- Limitar o consumo de suco de fruta natural;

- Suplementos nutricionais e alimentos fortificados podem ser indicado para crianças dessa faixa etária;

- Estimular a alimentação responsiva das crianças.

Fonte: O Globo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.