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14/Dec/2023

Frango: São Salvador investe em energia híbrida

Perto de terminar um ano de desafios para o setor de aves, com custos, em geral, mais altos e preços mais baixos, a São Salvador Alimentos, de Goiás, espera melhora nos resultados em 2024, com uma conjuntura mais positiva do mercado, tanto interno quanto externo. No ano que vem, a empresa deve colher os frutos de investimentos de cerca de R$ 250 milhões feitos no decorrer de 2023, que incluem uma fábrica de industrializados em Itaberaí (GO), onde fica a sede da companhia, e um projeto de energia híbrida para atender a unidade de Nova Veneza (GO), que está em expansão. Neste ano, a receita líquida da São Salvador ficou estável e deve ser bem parecida com a de 2022, quando chegou a R$ 3,04 bilhões.

A carne de frango hoje é 10% mais barata do que ano passado. Então, a empresa aumentou a produção em 10%, mas com a queda de preço deve ficar praticamente igual ao ano passado. O mercado já mostra recuperação neste trimestre e a expectativa é de que, com a melhora no segmento de carne bovina no exterior e no Brasil, frangos e suínos também se recuperem. Embora a China, o grande consumidor, ainda viva uma desaceleração, medidas para equilibrar oferta e demanda de carnes nos Estados Unidos vão ter reflexos positivos também para o Brasil. Como exemplo, pode-se citar o abate de fêmeas na pecuária norte-americana este ano e o fechamento de unidades de frango da Tyson nos Estados Unidos.

O custo já está voltando aos poucos. Então, 2024 deverá ser um bom ano. Assim como em 2023, no próximo ano, a empresa prevê investir novamente em torno de R$ 250 milhões. Os recursos serão aplicados em melhoria de processos, portfólio, novas embalagens, P&D, inovação, e grande parte em TI e no projeto de implementação de SAP. Todo o crescimento da São Salvador nos próximos anos deve vir da unidade de negócios de Nova Veneza, onde foi implantado o projeto de energia híbrida para melhorar a eficiência energética e que entrou em operação em 30 de outubro. Com um investimento de R$ 37 milhões, a empresa instalou uma usina solar fotovoltaica e uma termoelétrica próprias no complexo industrial.

Com isso, conta agora com três fontes de energia: a distribuidora local de energia, a usina fotovoltaica e a usina termoelétrica. A termoelétrica só entra em funcionamento em momentos em que as outras duas fontes não conseguem suprir a energia demandada. Com geração solar, a empresa deixa de comprar parte da energia no mercado livre e passa a consumir a própria energia, que é mais em conta do que a que compra no mercado. Além disso, o sistema traz mais confiabilidade, pois evita a paralisação da produção, dos equipamentos e dos funcionários caso o fornecimento de energia pela concessionária seja eventualmente interrompido.

Isso significa também mais vida útil para os equipamentos, acrescenta. O ganho é muito grande. A unidade de Nova Veneza, habilitada a exportar ao Japão, África do Sul, México, Canadá, além do mercado Halal, tem capacidade de abate de 160 mil aves por dia, e recebe investimentos para alcançar capacidade de 180 mil em 2024. A São Salvador, que é uma SA de capital fechado, preparou-se para uma oferta inicial de ações (IPO), mas hoje o projeto está parado porque o mercado não está dando condições, com juros muito altos e o investidor está mais cético. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.