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14/Dec/2023

Lácteos: perspectivas do mercado global em 2024

O Rabobank acredita na recuperação moderada dos preços internacionais em 2024, o que já está acontecendo desde o quarto trimestre de 2023. Após o leite em pó integral atingir o menor nível em 5 anos (US$ 2.548,00 por tonelada) no Global Dairy Trade (GDT) em agosto de 2023, a desaceleração da oferta internacional e demanda reprimida, já estão impulsionando as cotações na Oceania. A oferta internacional está perdendo dinamismo, com preços ao produtor em queda, problemas climáticos, como El Niño, e margens menores ao produtor.

Ao mesmo tempo, os preços menores incentivam o aumento de compras estratégicas de grandes importadores de lácteos nos mercados emergentes. As condições atuais parecem indicar que o piso dos preços para o ciclo atual foi atingido em 2023 e deve haver uma recuperação gradativa em 2024. Os principais países produtores devem ter espaço limitado para crescer a sua produção em 2024, em parte porque o produtor inicia o ano com margens menores, mas também porque os problemas climáticos e restrições regulamentarias limitam a capacidade de expansão dos rebanhos em várias regiões. Com relação a demanda global, há grande incerteza com relação as projeções macroeconômicas para 2024.

Por um lado, a inflação parece estar diminuindo de forma mais evidente nos países desenvolvidos, porém os juros continuam bastante elevados nas principais economias, o que pode intensificar os problemas fiscais e o custo do crédito, trazendo uma desaceleração econômica maior do que desejado. Nestas condições, o desemprego tende a aumentar e o consumidor global pode enfrentar novos desafios no seu poder de compra. O comportamento da China será determinante para os preços dos lácteos e o Rabobank espera que seja um ano de demanda externa estável para o gigante asiático, após dois anos consecutivos de redução de importações.

Estoques internos menores e compras estratégicas devem sustentar as importações da China em 2024 e ajudar a sustentar a recuperação dos preços na Oceania. De qualquer forma, a produção na China continua aumentando e o dinamismo da segunda maior economia do mundo deve ser monitorado para projetar o consumo futuro e a sua dependência de importações, que tende a diminuir nos próximos anos. Para o Brasil, preços internacionais levemente superiores devem reduzir em parte a competitividade do leite importado em 2024.

Porém, vale lembrar que o câmbio e o preço interno, assim como a competitividade do leite do Mercosul em outras regiões, serão os fatores determinantes para definir o nível de importações no próximo ano. Por enquanto, a projeção para o dólar é de R$ 5,15 no final de 2024 e o preço do leite em pó integral próximo dos US$ 3.900,00 por tonelada no Mercosul no segundo semestre de 2024. Importações menos dinâmicas no Brasil devem ajudar a trazer uma maior previsibilidade na curva de preços do leite e permitir um planejamento mais assertivo para a indústria ao longo de 2024. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.