13/Dec/2023

A produção global de carne suína está prevista para atingir um ponto de inflexão em 2024, com a expectativa de redução na oferta dos três maiores produtores mundiais. A China, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos devem registrar reduções anuais de 0,5%, 3,0% e 0,6%, respectivamente. Contrariamente, o Brasil, classificado como o quarto maior produtor, projeta um aumento na produção de 3,5% no mesmo período. A peste suína africana (PSA) permanece como um desafio significativo para o setor, com a falta de uma vacina comercialmente eficaz.

Na China, apesar do declínio no rebanho suíno devido à PSA, a demanda local fraca impactou os preços nos primeiros trimestres do ano. A projeção é de aumento nas importações chinesas em 2024 entre 8% e 10%, impulsionado pela recuperação do consumo doméstico e pela redução nos estoques nacionais. Na União Europeia, a produção de carne suína deve registrar uma queda de 3% em 2024, desacelerando a tendência de três anos consecutivos de redução. O aumento na competitividade externa, especialmente em relação ao mercado brasileiro, juntamente com questões ambientais e de bem-estar animal, permanece como desafio para o setor no bloco europeu.

Nos Estados Unidos, o rebanho de matrizes suínas deve ter uma leve contração em 2024, influenciada pelas quedas nas margens ao longo deste ano. Os custos elevados associados à criação e à capacidade de processamento limitada dos frigoríficos de menor escala contribuem para essa dinâmica. No Brasil, a desvalorização nos custos de alimentação, a recuperação das exportações e a demanda doméstica sustentada impulsionaram as margens de produção, especialmente a partir do segundo trimestre. A expectativa de uma safra recorde de grãos em 2024 deve manter os níveis de oferta no mercado doméstico e sustentar os preços da ração.

No entanto, as questões climáticas, particularmente ligadas ao El Niño, representam um ponto de atenção, especialmente na Região Sul. As exportações brasileiras de carne suína estão em ascensão, com aumento de 11% em volume e 17% em faturamento até setembro, sendo a China o principal destino, representando 35% do total exportado. O Rabobank projeta um aumento na oferta de 3% a 4% em 2024, impulsionado pelo aumento no consumo per capita e nas exportações. Fonte: Agrimídia. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.