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29/Nov/2023

Suíno: setor vai discutir a suspensão do México

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, embarcou nesta terça-feira (28/11) para o México para conversar com importadores de carne suína do país, em uma tentativa de contornar a suspensão das compras da proteína brasileira ocorrida na semana passada. A viagem já estava programada para discutir vários temas, entre eles a questão de o México aceitar a regionalização brasileira para casos de gripe aviária (caso a doença atinja plantéis comerciais no Brasil). Mas, agora, teve a surpresa de que um juiz de primeira instância do México bloqueou as importações de carne suína brasileira.

Ainda não se sabe o conteúdo da decisão, mas o Brasil não tem risco sanitário nenhum. Isso parece mais uma medida protecionista. Segundo o Ministério da Agricultura brasileiro, cerca de US$ 60 milhões em carne suína brasileira estão a caminho do México aguardando a liberação do governo do país para entrada. A ABPA garante que os exportadores da carne suína brasileira não infringiram nenhum regulamento mexicano. A ideia é conversar com o governo mexicano e com importadores, para que eles possam entrar no processo e levar a posição de que o Brasil cumpre com os requisitos. A intenção é trabalhar em parceria com a indústria local.

A ABPA e os exportadores brasileiros podem apenas dar subsídios, já que o réu no processo é o Ministério da Agricultura do México. Não há previsão sobre quando a decisão da Justiça mexicana será revertida. A intenção da visita é justamente conhecer o sistema, encontrar com processadores e importadores locais, que compram a carne brasileira, para que eles expliquem a situação, para ver como a entidade pode ajudar. A ABPA vai colaborar para destravar as exportações, pelo bem da indústria brasileira. Aparentemente, a decisão do juiz mexicano, a pedido de suinocultores locais, pode ter caráter protecionista, já que o produto brasileiro é bastante competitivo.

O Brasil é o quarto maior exportador mundial de carne suína e, com o México, cumpre todos os requisitos. A decisão do juiz mexicano não deve ter potencial de prejudicar o Brasil com outros parceiros comerciais. A abertura do mercado mexicano à carne suína brasileira é recente. O mercado foi aberto "politicamente" em maio de 2022, com o Plano Pacic, ou seja, quem tinha habilitação para exportar carne suína para os Estados Unidos poderia exportar também para o México. O primeiro carregamento, de 200 quilos, ocorreu em setembro do ano passado. Depois, em novembro de 2022 veio ao Brasil uma missão de auditoria do México para abrir oficialmente o mercado e que habilitou sete estabelecimentos.

Após a habilitação dessas unidades, o primeiro contêiner realmente embarcado foi em fevereiro de 2023, com 27 toneladas. Atualmente, os embarques mensais somam 5 mil toneladas de carne suína brasileira para o México. Outro tema que o governo brasileiro vai tratar no México é o Programa Pacic, que também tirou a tarifa de importação de carne de suínos e aves, o que beneficia o Brasil. Essa tarifa volta a partir de dezembro e o governo brasileiro vai conversar sobre isso com o governo mexicano. Há também o certificado sanitário do Brasil, relativo à gripe aviária. É preciso discutir a troca do certificado com o México, que considera o Brasil inteiro em caso de gripe aviária em plantéis comerciais. O ideal é considerar o Brasil dividido em zonas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.