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23/Nov/2023

Leite: ritmo de queda de preços deverá perder força

O preço do leite cru captado por laticínios em setembro registou a quinta queda mensal consecutiva, de 9,1% frente a agosto, chegando a 2,0509 por litro na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Em um ano (de setembro/2022 para setembro/2023), o recuo é de expressivos 31,5%, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de setembro/2023). O movimento de queda do preço do leite ao produtor ainda pode persistir em outubro, mas em menor intensidade e com maior heterogeneidade entre as bacias leiteiras. A expectativa é de que a “Média Brasil” recue em torno de 5%. O enfraquecimento do movimento baixista em outubro pode se explicar pela pequena diminuição da disponibilidade interna de lácteos. Isso porque o crescimento da captação nacional tem perdido força. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea registrou alta de apenas 0,36% de agosto para setembro, influenciado pelos aumentos de 4,9% na Bahia, de 2,5% em Goiás, de 2,41% em Minas Gerais e de 2,14% em São Paulo.

A captação nos Estados da Região Sul recuou, em média, 2% em setembro. No Rio Grande do Sul, a retração foi de 2,71%; no Paraná, de 1,71%; e em Santa Catarina, de 1,64%. Esses resultados evidenciam uma desaceleração na captação, cenário que deve se intensificar no último bimestre de 2023. Além do clima adverso (seca e calor nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas na Região Sul), o estreitamento da margem do pecuarista é outro fator que vem limitando a produção. O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” caiu 5,4% de janeiro a outubro, ao passo que a receita e a margem bruta recuaram de forma mais intensa, 19% e 55%, respectivamente. Diante da progressiva e intensa perda na margem do produtor, os investimentos na atividade tendem a diminuir neste curto prazo. Ao mesmo tempo, as importações seguem em aumento.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em outubro, as compras externas aumentaram 26,1% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o volume importado soma 1,8 bilhão de litros em equivalente leite, expressivos 77,4% acima da quantidade do mesmo período de 2022. Em outubro, os preços do UHT e da muçarela negociados entre laticínios e canais de distribuição no estado de São Paulo caíram 4,1% e 2,5% frente aos de setembro. Porém, o leite em pó fracionado (400g) se valorizou em 2,5%, devido à diminuição da produção deste lácteo. As médias da primeira quinzena de novembro apontam para uma inversão na tendência no mercado de derivados, à medida que os estoques estiveram mais enxutos e o consumo deu sinais de recuperação. Esses dados fortalecem a percepção de agentes de que as cotações do leite ao produtor podem registrar queda menos acentuada em outubro e estabilidade no último bimestre do ano. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.