23/Nov/2023
A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) apresentou uma análise otimista para a suinocultura brasileira ao longo de 2024, destacando fatores internos e externos que influenciam o setor. A suinocultura pode se beneficiar de um cenário favorável em 2024, com uma oferta ajustada no mercado interno, preços potencialmente mais altos e um aumento nas exportações. As exportações brasileiras de suínos registraram um aumento de 8% entre janeiro e outubro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, observa-se uma leve desaceleração nos embarques nos últimos três meses.
A China permanece como o principal comprador da carne suína brasileira, mas a reposição do rebanho chinês pode resultar em uma redução nas compras. A meta da China é produzir 95% de sua demanda interna de carne suína, embora ainda precise importar 2 milhões de toneladas por ano. Em 2022, 46% das exportações brasileiras de carne suína foram para a China, mas há a possibilidade de uma redução para 35,5% até o final de 2023, com uma diversificação das exportações para outros países. Em relação à produção, a previsão é de uma desaceleração no volume de suínos produzidos no Brasil, mas a produção entre janeiro e setembro de 2023 foi 1,9% maior em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O consumo per capita aumentou significativamente nos últimos dez anos, de 13,7 quilos por habitante para 20,5 quilos por habitante, representando um aumento de 49,8%. Um ponto positivo foi a comparação dos preços dos suínos em relação a outras proteínas animais. Em 2022, a carne bovina custou, em média, 120% a mais que a suína, enquanto os cortes suínos foram 26% mais baratos que a carne de frango. Mesmo com alterações ao longo de 2023, a carne suína manteve preços 60% mais baixos que os produtos da bovinocultura e avicultura. O mercado interno deve se manter aquecido para a suinocultura até janeiro de 2024, impulsionado pela redução dos abates de bovinos, aumentando a competitividade da carne suína e elevando os preços.
Além disso, as exportações permanecerão em níveis elevados ao longo de 2024, contribuindo para equilibrar a cadeia. Quanto aos custos de produção, que tiveram uma queda até setembro, houve uma leve alta em outubro. O desempenho da 2ª safra de milho de 203 no Brasil influenciará o peso dos insumos, possivelmente resultando em um pequeno aumento nos custos. O ano de 2024 será positivo, mas com margens justas, semelhantes às de 2023. Para o longo prazo, a previsão é de uma expansão contínua da carne suína nos mercados interno e externo, ressaltando a importância de atender às exigências de bem-estar animal e meio ambiente. Fonte: FAEP. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.