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20/Nov/2023

Setor pecuário carece de representatividade no País

O professor do Insper, Marcos Jank, afirmou que o setor da pecuária de corte precisa se organizar para ter uma "voz" coerente e consensual que fale pela cadeia, pois o setor é o centro dos ataques que o Brasil sofre. A pecuária de corte é um setor muito heterogêneo, o que dificulta a representação. O maior esforço que o setor já deveria estar fazendo reside na organização e na representatividade. Ele reconhece a liderança da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da câmara setorial e das organizações estaduais, mas acredita que o diálogo entre produtores, frigoríficos, indústrias e varejo ainda é muito "truncado e cheio de pontos divergentes". Como exemplo, cita o fim da vacinação contra a febre aftosa e a rastreabilidade de bovinos.

O setor não tem um consenso em relação à necessidade de rastrear lotes ou bovinos individualmente, em que momento o governo deve entrar no processo e qual é a parte que cabe ao setor privado. São temas que exigem uma resposta. Outro ponto sensível são as emissões de metano. Muita pode ser feito, inclusive a mensuração. Há tecnologias, dietas, redução da idade de abate, melhorias da pastagem. Todos esses temas são necessários não apenas para o fortalecimento das entidades e das indústrias, mas principalmente para a representação dos produtores, que tem sido falha. Essa também é uma agenda de comunicação com a sociedade e com os mercados externos. O Brasil vende carne para a Ásia, e as pressões da Europa cedo ou tarde serão absorvidas pelos asiáticos, como já são nos Estados Unidos. A EB Capital também vê a comunicação e a representatividade do setor como um problema. Realmente falta uma liderança que tenha essa representatividade.

A pecuária brasileira “apanha” desnecessariamente por tudo o que faz e pela sua relevância de alimentar o mundo. O Brasil é parte da solução para a segurança alimentar, a segurança energética e no tema de transição climática, e não o problema. Por isso, falta juntar as informações com base em dados e fatos e não em "achismos". Depois, é preciso muita energia para estar presente nos fóruns internacionais, nas discussões da Comunidade Europeia e nos Estados Unidos. Além disso, o setor precisa se empenhar em divulgar seus processos nos meios de comunicação, levando em conta as mídias sociais. O governo pode ser um incentivador, mas a representatividade está no setor. O setor precisa entender que isso é com eles, não é ficar esperando que outros resolvam o seu problema. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.