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17/Nov/2023

Leite: estresse térmico é uma preocupação mundial

Este verão foi o mais quente já registrado na Terra. Para o gado leiteiro em todo o mundo e para os produtores que cuidam dele, esse calor tornou a produção de leite de alta qualidade mais desafiadora, e a tendência de mais dias de alto calor só deverá continuar nas próximas décadas. A Universitá della Tuscia, na Itália, explica que o risco de estresse térmico deverá aumentar em todas as latitudes do globo até ao ano 2100. Foram estudados dados climáticos dos últimos 30 anos para fazer projeções para os próximos 80 anos com base em três cenários de aquecimento do planeta: baixo, moderado e alto. Com base nos limites do índice de temperatura e umidade (THI) que estabeleceram para o estresse térmico em vários níveis de latitude, foi estimado que os ambientes subtropicais e equatorial-tropicais poderiam sofrer de 30 a 90 dias a mais por ano de estresse térmico.

Nos Estados Unidos, houve 110 dias em 2020 com uma média de THI superior a 65, uma indicação básica de estresse térmico. Até 2050, espera-se que haja mais 17 dias acima desse limite nos Estados Unidos. Isto torna o combate ao estresse térmico uma preocupação crítica da indústria global de lacticínios. Vacas sob estresse térmico produzem menos leite, têm mais mastite, contraem mais doenças e se reproduzem com menos eficiência. Globalmente, o estresse térmico custa aos lacticínios US$ 13 milhões e poderá aumentar para US$ 29,7 até 2050. Esse número nem sequer contabiliza as mortes de animais causadas pelo calor. Existem muitas ferramentas que a indústria possui para atender a essa necessidade, desde ajustes nas instalações, como ventilação e resfriamento, até mudanças genéticas, como seleção para tolerância ao calor ou uso de raças diferentes.

Qualquer coisa que uma fazenda possa fazer para aliviar o estresse causado pelo calor elevado, que varia ao redor do mundo em fazendas de vários tamanhos e capacidades, fará a diferença. Mesmo a redução mínima do calor é extremamente útil. Dar um passo em direção ao controle do estresse térmico pode abrir as portas para mais oportunidades. Sombra e água são as duas primeiras formas básicas de ajudar as vacas a combater o calor. Eles podem parecer simples, mas em alguns lugares ainda são um lembrete necessário. Fornecer algum tipo de sombra deve ser o primeiro passo. Em seguida, fornecer água suficiente para ajudar o corpo das vacas a se resfriar. As vacas ofegam bem, mas não conseguem fazê-lo sem água. Em sistemas confinados, a velocidade no ar é crucial. Devem ser feitas de 40 a 60 trocas por hora e certificar-se de atingir o nível da vaca ao deitar-se.

Do lado genético, os agricultores dos Estados Unidos e de outros países estão obtendo acesso ao gene SLICK, que permite aos animais desenvolverem uma pelagem mais tolerante ao calor. Em outros locais do mundo, o gado e os búfalos indígenas estão fazendo mais incursões porque têm maior tolerância ao calor do que o gado Holandês, afirmou o Conselho Nacional de Desenvolvimento de Lacticínios da Índia. Poderão ser necessários ajustes na forma como se encara a produção leiteira, mas enfrentar o estresse térmico é fundamental para que a indústria leiteira forneça os nutrientes de que dispõe às populações de todo o mundo. Enfrentar melhor esse problema é uma vitória para as vacas, os produtores, o clima e o consumidor. Fonte: Hoard's Dairyman. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.