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17/Nov/2023

Boi: setor fará proposta para rastrear 100% da cadeia

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que representa a agroindústria exportadora de carne bovina, deve enviar em breve ao Ministério da Agricultura nota técnica com sugestões para resolver a rastreabilidade de bovinos de corte no País, incluindo fornecedores diretos e indiretos de gado, que trabalham com bezerros, garrotes e bois magros. A nota técnica propõe aliar os dados da Guia de Trânsito Animal (GTA) com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em um mesmo documento oficial, que seria emitido pelos órgãos de Defesa Sanitária Animal dos Estados.

O Brasil tem hoje dois instrumentos de rastreabilidade, que é a Guia de Trânsito Animal (GTA), usada pela Defesa Sanitária Animal para controle sanitário dos rebanhos, e o Sisbov, que identifica individualmente bovinos cuja carne é vendida para a União Europeia. O País deve caminhar para a rastreabilidade individual dos rebanhos no longo prazo. Mas, no curto prazo, para resolver um gargalo da cadeia frigorífica, que é o monitoramento de fornecedores indiretos de gado, a Abiec defende que a GTA (documento obrigatório no transporte de carga viva no País) tenha dados do CAR inseridos, ou seja, contenha o número do Cadastro Ambiental Rural de cada propriedade que está vendendo gado.

Desta maneira, para a indústria de abates será possível checar o perímetro, o território, de onde vieram os bovinos. Não é preciso saber quantos bois vieram de tal local, quantos bois o pecuarista vendeu, nada disso. É preciso saber apenas os limites geográficos da propriedade que está vendendo esses bovinos. Com este dado em mãos, será possível verificar se a propriedade fornecedora de gado, seja de forma direta ou indireta, tem área irregular, com desmatamento ilegal, por exemplo. Até mesmo propriedades eventualmente inseridas, ilegalmente, em áreas indígenas, por exemplo, têm de emitir a GTA para transportar os bovinos.

Com a metodologia proposta, se o pecuarista estiver em uma região de baixo risco (para questões ambientais), onde não tem desmatamento, pode facilitar o monitoramento e uma solução, porque no fim se confirmará que a região "está ok". "Já se é uma região de alto risco, passará a ser possível ter uma ideia do tamanho do problema. É uma medida para que o frigorífico consiga ver todos os seus fornecedores (diretos e indiretos). Essa ferramenta deve quebrar a resistência da cadeia produtiva, de abrir os dados da GTA, e dos órgãos de Defesa Sanitária, que têm receio de tornar públicos os dados da GTA e criar uma situação de produtores que passam a não declarar tudo o que deveriam na guia, dificultando o trabalho de rastreabilidade da Defesa Sanitária.

Como não vai ser preciso do volume de bovinos transportados, apenas do perímetro definido no CAR inserido na GTA, não haverá quebra de sigilo de dados. A solução proposta poderia ser adotada no curto prazo, com custo baixo e em larga escala. Essa proposta mitiga riscos internos de acesso à informação e riscos de perda de controle em políticas sanitárias. Essa proposta será levada para o Ministério da Agricultura em breve. A nota técnica deve ser finalizada esta semana e depois será entregue ao Ministério da Agricultura. Porém, a solução final é rastrear 100% do rebanho bovino. Mas, enquanto isso não acontece, pode-se lançar mão da GTA com CAR como solução de curto prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.