14/Nov/2023
O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, anunciou uma parceria inédita com a Xenobrasil. A assinatura do acordo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) no dia 9 de novembro abre caminho para a criação de suínos geneticamente modificados destinados a se tornarem doadores de órgãos para transplantes humanos. Com um investimento considerável de R$ 1,7 milhão, a Xenobrasil utilizará os recursos para aprimorar infraestruturas e produzir suínos que atuarão como doadores de órgãos em transplantes. Este laboratório será estruturado em conformidade com os requisitos dos órgãos reguladores para o xenotransplante clínico, abrindo possibilidades inovadoras para a área médica. Diante da escassez de doadores de órgãos, especialmente no Brasil, essa iniciativa busca explorar a baixa rejeição que os suínos geneticamente modificados proporcionam, graças à sua fisiologia semelhante à humana.
Nos últimos 40 anos, suínos têm sido utilizados em diversas cirurgias devido à compatibilidade, e estudos genéticos recentes ampliaram as perspectivas de utilização de seus órgãos e tecidos em transplantes humanos. O organismo dos suínos é o que mais se assemelha ao dos seres humanos, tornando viável o transplante de coração, rim, córnea, pele, e futuramente, pulmão e fígado. Para a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios esse é um marco significativo para o IZ, abrindo novas perspectivas de pesquisa e inovação. Essa oportunidade coloca o Instituto em um novo patamar e destaca a inovação que essa pesquisa trará à área. O Núcleo Regional de Pesquisa de Tanquinho comemora essa mudança de rumo na zootecnia, destacando a integração de diversos setores e profissionais nesse projeto único de produção de animais para doação de órgãos. A previsão é de que os suínos geneticamente modificados cheguem ao IZ em fevereiro de 2024, coincidindo com a conclusão das obras nas instalações.
O xenotransplante refere-se ao procedimento de transplante de órgãos entre diferentes espécies. A fronteira que determina a espécie se estende até onde a reprodução é viável. Por exemplo, cães e suínos não podem se reproduzir com sucesso, indicando que pertencem a diferentes espécies. O ato de transplantar um órgão de uma espécie para outra é denominado xenotransplante. Por outro lado, quando o transplante ocorre entre dois indivíduos geneticamente distintos, mas pertencentes à mesma espécie, é chamado alotransplante. Em humanos, o alotransplante desempenha um papel clinicamente relevante, especialmente envolvendo órgãos como rins, coração, medula óssea e fígado. Os alotransplantes têm proporcionado benefícios significativos aos pacientes, contribuindo tanto para o aumento da expectativa de vida quanto para a melhoria da qualidade dela. Fonte: Agrimídia. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.