13/Nov/2023
Eles nunca tinham criado uma galinha na vida e, em dois anos, tornaram-se donos de uma granja com 160 mil aves. E o número de galinhas poedeiras alojadas pela Raiar Orgânicos, empresa fundada pelos sócios Marcus Menoita, Leandro Almeida e Luis Barbieri, continua aumentando rapidamente. Dobrou em relação ao ano passado e pode chegar a 700 mil até o fim de 2025. Também o faturamento deve dobrar, estima a empresa. Deve fechar este ano em R$ 25 milhões e saltar para R$ 50 milhões em 2024. O crescimento da Raiar responde a uma ávida demanda pelos ovos orgânicos, que supera em três vezes a produção atual. A busca por alimentos produzidos sem uso de defensivos, a preocupação com o bem-estar animal e a mudança nos padrões de consumo vão revolucionar o setor de ovos. O sistema de manejo da Raiar é a diferença. A criação em gaiolas não é o que levará ao futuro. A Raiar antecipou essa transformação. A empresa concluiu uma análise de desempenho de 20 mil galinhas alojadas em julho de 2021.
Enquanto aves criadas em gaiolas produzem por ano, em média, 90 semanas antes de começarem a perder rendimento, algumas galinhas da Raiar chegaram a quase 100 semanas com boas produtividades. Além disso, as aves criadas livremente, sem uso de antibióticos para induzir crescimento e alimentadas com milho orgânico, colocaram um ovo em 87,5% dos dias que passaram em produção, acima da média de 86,6% do mercado. No fim, essas galinhas acabaram produzindo cerca de 444 ovos ao longo da vida, acima dos 409 das aves criadas em gaiola. A Raiar também reduziu de 16% (a média nacional) para 8,2% o volume de ovos de baixa qualidade produzidos a partir da 80ª semana da galinha. Geralmente, esses ovos acabam indo para processamento, são vendidos em mercados menos exigentes ou, até mesmo, são jogados fora. Os números da operação são o segundo passo dos três necessários para consolidar a companhia, o primeiro foi a resposta do consumidor. Muitos previam que as galinhas ficariam doentes e que haveria perda de ovos. Mas, a empresa mostra resultados positivos.
A empresa busca expandir o negócio porque escala é o terceiro pilar para consolidar a primeira fase planejada. Quando os sócios desenharam o “Projeto Ovos”, eles previram um investimento total de R$ 200 milhões, dos quais metade já foi aportada. A ambição é chegar a 2 milhões de galinhas alojadas em aproximadamente sete anos. O número ainda seria uma fração mínima em relação ao total de 200 milhões de poedeiras no País, mas posicionaria a Raiar como a melhor opção para investidores quando o consumidor virar de vez para o consumo de ovos orgânicos. Atualmente, a Raiar tem 31 sócios investidores pessoas físicas, e está no mercado, numa nova rodada de investimentos, para captar entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões. Desta vez, além de pessoas físicas, a operação para aumento de capital está aberta também a fundos de investimentos. Os aportes devem chegar a partir de janeiro. Instalada em Avaré, no interior de São Paulo, a Raiar comercializa os ovos que produz em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, em grandes varejistas como Carrefour, St Marché, Oba e Natural da Terra. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.