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09/Nov/2023

Leite sustentável gera bônus ambiental e financeiro

O sol bate forte e a temperatura supera 35°C em Serra do Salitre, Minas Gerais, mas na Fazenda Batatal as vacas não demonstram nenhum incômodo com isso. Estão protegidas em galpões, e chuveiros são ligados com regularidade para aliviar o clima quente. As ordenhas se sucedem com visível colaboração das vacas, e a produtividade média está entre as maiores da região. Fornecedora de leite da Nestlé, a propriedade procurou caminhos sustentáveis e de bem-estar desde o início da aposta na pecuária leiteira, há cerca de dez anos, e hoje colhe bônus ambientais e financeiros com a decisão. A fazenda fez a transição para a produção sustentável de leite, e o reconhecimento vem com o sistema de pagamento.

Fornecedores da categoria ouro, como a Fazenda Batatal, recebem R$ 0,15 a mais por litro de leite entregue. Na categoria prata são R$ 0,10 por litro a mais, e na bronze, R$ 0,05 por litro a mais, explica a Nestlé Brasil. A Fazenda Batatal nasceu com 10 vacas holandesas, e atualmente tem 82. A produtividade média diária saltou de 15 litros para mais de 60 litros por vaca, e ainda é possível avançar mais. A parceria com a Nestlé começou logo no segundo ano de operações da fazenda. Mais de mil propriedades são fornecedoras de leite das categorias ouro, prata e bronze da multinacional suíça no País, e 150 delas contam atualmente com o apoio da companhia em sua transição para práticas regenerativas.

A Fazenda Batatal é uma delas. Na propriedade, há uma lagoa impermeabilizada de tratamento de dejetos, que viram fonte de adubo orgânico, e fertirrigação em áreas de cultivo de gramíneas usadas na alimentação das vacas. São práticas que complementam os cuidados com as vacas e que geram bônus nos resultados, seja com economia ou fontes extras de renda, como pode se tornar o adubo. Trata-se de um caminho sem volta, que será cada vez mais aprimorado. Nos galpões, onde as vacas, concebidas com inseminação artificial, são divididas por idade, está sendo implantado o sistema Compost Barn, criado nos Estados Unidos para reduzir custos de implantação e manutenção, bem como para melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhos e possibilitar o uso correto de dejetos orgânicos.

Nesse sistema, os galpões são revestidos com serragem, sobras de cortes de madeira e esterco compostado, o que garante conforto e sanidade. A Nestlé faz todo o acompanhamento veterinário na Fazenda Batatal, e o leite captado na propriedade alimenta a fábrica de leite em pó da companhia em Ituiutaba, também em Minas Gerais, a maior do gênero no Brasil e uma referência na América Latina. Na unidade, são processados até 2 milhões de litros de leite por dia, e a qualidade da matéria-prima é garantida por cerca de 500 análises realizadas desde as fazendas fornecedoras até o varejo.

Um sistema de rastreabilidade capaz de identificar a fazenda de onde saiu o leite usado amplia a segurança da jornada. A fábrica também tem suas práticas sustentáveis. A água que sobra após o processo de secagem do leite é reutilizada, a energia é gerada com biomassa de florestas certificadas e a tecnologia colabora para o desenvolvimento de melhores soluções ao ambiente, como novas embalagens laminadas recicláveis. Em parceria com cooperativas, a Nestlé também estimula, com logística reversa, a reciclagem das tradicionais latas de leite Ninho e Molico. Fonte: Infomoney. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.