07/Nov/2023
Os níveis de lucratividade que a indústria suína dos Estados Unidos desfrutou nos últimos anos podem demorar muito para se recuperar. A Universidade Estadual de Iowa observa que é esperada uma perda de quase US$ 21,00 por suíno no geral para a indústria suína norte-americana este ano. Os custos de insumos estão elevados em todos os aspectos. A análise realizada por cientistas da Universidade do Estado do Kansas conclui que, de janeiro de 2020 a abril de 2022, os preços do milho aumentaram quase 80%, a soja 42%, a gasolina 48% e as taxas de transporte refrigerado em caminhões 50%. Esses custos se mantiveram ou pioraram este ano. A Proposição 12 da Califórnia e as leis de bem-estar animal em outros estados também estão causando despesas consideráveis relacionadas à adaptação das instalações para porcas e outros tipos de suínos.
Smithfield, o maior produtor de carne suína dos Estados Unidos, após anunciar em maio que fecharia dezenas de fazendas em Missouri, anunciou em 9 de outubro que em breve fechará uma planta de processamento de carne suína na Carolina do Norte, citando razões de eficiência. Enquanto isso, a demanda por carne suína está baixa e pode diminuir ainda mais. Isso pode ser parcialmente devido à inflação ou aos esforços de grupos de bem-estar animal, mas a empresa de genética Genesus observou que, embora o consumo de carne permaneça muito alto, o consumo de carne suína como percentagem disso diminuiu. O frango superou a carne suína ao longo das últimas seis décadas. O consumo per capita anual de frango era de 12,7 Kg per capta em 1960 e agora ultrapassa 45 Kg. Já o consumo de carne suína ao longo desse período caiu de 26,8 Kg para cerca de 24,5 Kg. O principal fator de escolha do consumidor é o gosto e há dúvidas sobre se a busca por carne suína cada vez mais magra prejudicou a indústria. Muitos restaurantes não têm lombo suíno no cardápio, pois os lombos produzidos têm gosto ruim.
A Reuters relatou em 20 de outubro que os futuros de suínos magros na Bolsa de Chicago atingiram mínimas contratuais, com preocupações com a fraca demanda em destaque. Os futuros de suínos magros são descritos como um “instrumento de hedge” crítico que ajuda a gerenciar os riscos da volatilidade de preços. Temores de recessão a caminho podem afetar o consumo de carne. Os futuros de suínos magros e os futuros de grãos devem continuar a tendência atual ao longo dos próximos 6 meses. Os produtores de ciclo completo perderão entre US$ 20,00 e US$ 30,00 por cabeça. Durante esses 6 meses, estimando 60 milhões de suínos de mercado dos Estados Unidos, levando a uma perda de patrimônio adicional de US$ 1,2 a 1,8 bilhão para a indústria. Isso se somará às perdas ao longo da maior parte do último ano. Fonte: Pig Progress. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.