07/Nov/2023
A carne de frango ficou menos competitiva em relação à carcaça bovina, contudo, ainda é a mais forte concorrente entre as proteínas de origem animal. A carcaça suína vinha crescendo frente à carcaça bovina, cenário que mudou no último ano. O Brasil é importante produtor de carne bovina. É o segundo produtor mundial dessa proteína. O primeiro são os Estados Unidos. A produção no Brasil tem aumentado, resultado de investimentos em tecnologia que elevaram a produtividade e a qualidade. Esse conjunto de resultados permitiu o aumento da exportação e o suprimento do mercado interno com tranquilidade. O consumo cresceu também em função das mudanças nos hábitos alimentares, da maior oferta de produtos que atendem às expectativas do consumidor, do preço da carne, que vem caindo, e da menor taxa de desemprego, que está em 8% (a menor desde 2015), melhorando o poder de compra da população.
Contudo, o nível de endividamento da população é recorde (78%), que induz a população a escolher proteínas comparativamente mais baratas, como a carne de frango e a suína, em relação à carne bovina. O preço médio da carcaça casada de bovinos inteiros, no mercado atacadista em setembro de 2022, estava em R$ 17,44 por Kg (deflacionada pelo IGP-DI), e, em setembro de 2023, estava em R$ 15,08 por Kg, queda de 13,5%. No mesmo comparativo, o preço médio da carcaça especial suína estava em R$ 8,60 por Kg e, em igual período deste ano, a cotação ficou em R$ 9,59 por Kg, incremento real de 11,5%. Em setembro/2022, o preço do frango médio era negociado por R$ 6,60 por Kg, e, em 2023, estava em R$ 6,21 por Kg, redução de 8,9%. Em 2022 (até setembro), era possível comprar, em média, 2,68 Kg de frango e 2,04 Kg de carcaça suína especial para cada Kg de carcaça casada de bovinos inteiros.
No mesmo período deste ano, compravam-se, em média, 2,52 Kg de frango e 1,57 Kg de carcaça suína especial. Desde 2020, o frango tem ficado mais caro em relação à carcaça bovina, contudo, ainda é mais competitivo entre as três proteínas de origem animal, ou seja, pelo mesmo preço é possível comprar mais frango do que carcaça suína e bovina no mercado atacadista. Já a carcaça suína, no mesmo período, vinha concorrendo com a carcaça bovina, cenário que mudou no último ano. Estamos a menos de dois meses do fim do ano, período em que o consumo de carne melhora, principalmente a carne bovina e suína, devido às festividades e ao incremento no poder aquisitivo da população, podendo estreitar a competitividade da relação de troca entre as duas carnes. A carne de frango, por sua vez, é a mais consumida no Brasil e a tendência é a de que continue assim devido ao preço acessível. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.