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06/Nov/2023

Leite: setor reivindica medidas urgentes do governo

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, no dia 31 de outubro, um encontro com parlamentares, representantes de entidades, Federações estaduais de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, cooperativas e produtores rurais para debater a situação do setor lácteo. Parlamentares ligados ao setor agropecuário, representantes do setor leiteiro e caravanas de produtores de várias regiões do País discutiram ações e medidas, que serão reivindicadas junto ao governo federal, para minimizar os efeitos adversos que os produtores enfrentam com os baixos preços pagos pela matéria-prima e pelas importações excessivas de leite em pó subsidiado, principalmente da Argentina. A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) afirmou que são necessárias soluções rápidas contra práticas desleais de comércio para evitar danos maiores e mais sérios à atividade leiteira e aos produtores brasileiros. É um setor que está presente em 98% dos municípios brasileiros. Os produtores, pequenos, médios e grandes, precisam de competitividade e fechar a conta ‘no azul’.

O setor precisa de uma solução rápida. A Frente Parlamentar em apoio ao Produtor de Leite (FPPL) afirmou que o setor tem mais de 1,1 milhão de produtores e emprega mais de 4 milhões de pessoas, reforçando a importância de o segmento ser respeitado e ouvido pelo governo. A situação se agrava a cada dia e a angústia é muito grande porque eles os produtores perdendo tudo. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também reforçou as tentativas de diálogo junto ao governo. No entanto, ressaltou, as medidas adotadas até agora, como a compra de leite pelo governo para tirar o produto do estoque e tentar recuperar os baixos preços, ainda não foram sentidas pelo produtor na base. A FPA propôs que uma das soluções imediatas seria o fechamento das importações do leite subsidiado da Argentina. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou dados que mostram os impactos negativos das importações o leite em pó subsidiado da Argentina. A partir de abril de 2022, as importações aumentaram 370%, se mantendo acima de 150 milhões de litros por mês.

A estimativa para outubro deste ano é de que supere os 200 milhões de litros. Foi explicado que 98% do leite importado pelo Brasil vem da Argentina, Uruguai e Paraguai. De janeiro a setembro deste ano, o Brasil importou 1,5 bilhão de litros superando todo o volume internalizado de 2022. Desta forma, se as importações seguirem o ritmo atual, devem superar 2 bilhões de litros em 2023, volume recorde. As importações vêm deprimindo o mercado interno em plena entressafra. Enquanto o setor tem um comportamento típico de aquecimento dos preços na entrada do inverno, quando a produção de leite diminui, se considerar os dados do Campo Futuro produzidos pela CNA, houve uma queda em 12 meses de 28% na receita, comprimindo a margem não apenas do grande, mas do pequeno e do médio que são a imensa maioria da base. Outros participantes do encontro defenderam mais agilidade nas medidas adotadas pelo governo federal para ajudar o setor leiteiro e a união para cobrar mais agilidade do Executivo para evitar que muitos produtores rurais abandonem a atividade. Fonte: CNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.