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31/Oct/2023

Carnes: recuperação das empresas no 3º trimestre

O Bank of America (BofA) divulgou nesta segunda-feira (30/10) uma prévia dos resultados das principais empresas de carnes do Brasil no terceiro trimestre. A tendência é de que os resultados da maior parte das empresas de alimentos mostrem uma recuperação na comparação com o trimestre anterior, devido aos custos mais baixos, que começarão a ter impactos nas margens de forma mais eficaz. Por outro lado, a receita de todas as empresas deverá diminuir na comparação com igual período do ano passado, dada a queda de 7% a 9% nos preços de exportação de proteínas ante o trimestre anterior e a pressão sobre os preços internos de alimentos processados e embalados.

O banco manteve recomendação neutra para JBS, BRF, Marfrig e Minerva. A JBS pode ser uma surpresa levemente positiva, com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 5,18 bilhões, aumento de 18% ante o segundo trimestre deste ano, com a margem Ebitda crescendo 1% na mesma comparação, para 5,9%. O consenso do mercado é de Ebitda de aproximadamente R$ 5 bilhões. A expectativa para a JBS se baseia nos melhores resultados do negócio de carne suína nos Estados Unidos e da processadora de frango Pilgrim's Pride, também dos Estados Unidos, devido aos preços mais elevados do frango e os custos mais baixos de ração.

A recuperação ainda deverá ser sustentada por melhores margens da Seara. No negócio de carne bovina nos Estados Unidos, o BofA espera margens praticamente estáveis em relação ao trimestre anterior, de 1,7%. A BRF deve ter Ebitda de R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, 15% abaixo do consenso, e margem de 8,9% (aumento de 1,2% ante o trimestre anterior). A estimativa representa aumento de 18% em relação ao segundo trimestre, devido a custos mais baixos de grãos aliados a ganhos de eficiência. No entanto, isso deverá ser parcialmente compensado pela pressão sobre os preços de algumas categorias de alimentos processados no Brasil e pelos spreads de exportação ainda muito fracos.

A Marfrig terá um trimestre mais fraco nos Estados Unidos, mas melhor na América do Sul. Os resultados da empresa no terceiro trimestre são mais difíceis de prever, pois incluem a participação da Marfrig na oferta subsequente de ações (follow-on) da BRF, a aquisição de uma participação adicional de 7% na BRF durante o trimestre e o acordo de venda de ativos para a Minerva, que aparecerão no balanço como operações descontinuadas. A estimativa de Ebitda é de R$ 1,25 bilhão, queda de 6,4% ante o segundo trimestre, já que a margem Ebitda caiu 0,6% nos Estados Unidos devido aos preços mais altos do gado. As margens na América do Sul devem subir 0,8% devido a melhores spreads.

As margens da Minerva devem melhorar na comparação com o trimestre anterior, mas as vendas permanecerão estáveis. A empresa deve reportar um Ebitda de R$ 738 milhões no período, como resultado de uma melhora de margem Ebitda de 0,4% ante o segundo trimestre, para 10,2%, dados os menores custos do gado no Brasil. Em termos nominais, o crescimento do Ebitda de 4% em relação ao segundo trimestre deverá ficar abaixo do consenso do mercado. As vendas deverão ser pressionadas pelos preços mais baixos da carne bovina no Brasil e pela menor utilização da capacidade no Paraguai. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.