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26/Oct/2023

Diferença de preços entre boi gordo e magro recua

A diferença entre os valores de negociação do boi magro sobre os do boi gordo para abate tem diminuído em outubro frente à registrada no mês anterior. Essa retração do ágio do animal para reposição sobre o do para abate é verificada depois de as diferenças registradas em agosto e setembro terem sido as maiores desde outubro de 2021. Na parcial de outubro, o boi magro é negociado na região de Presidente Prudente (SP) à média de 3.061,70 por cabeça, sendo 11,18% inferior à média de janeiro/2023, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de setembro/2023). A pressão sobre os valores do boi magro vem dos aumentos na oferta de bovinos e da produtividade nos dois últimos anos. Na comparação mensal, contudo, a média do boi magro registra avanço, de 6,2%. No caso do boi gordo, considerando-se o preço praticado em São Paulo, a média atual está em R$ 237,78 por arroba, com baixa de 12,56% frente à média de janeiro/2023.

Neste caso, a baixa esteve atrelada ao maior volume de gado pronto para abate e às escalas mais alongadas da indústria. Entre setembro/2023 e outubro/2023, verifica-se aumento na média do boi gordo para abate, de 12%. Ou seja, a valorização mais intensa do boi para abate que resultou na diminuição do ágio do boi magro na comparação mensal. A diferença entre os valores dos bois magro e gordo na parcial deste mês está em 7,3%, contra 13,02% em setembro/2023 e 12,02% em agosto/2023, que, por sua vez, foram os maiores desde outubro de 2021 (quando o ágio foi de 16,4%). Em janeiro/2023, o ágio do boi magro sobre o gordo era de 5%. Ressalta-se que, com as fortes desvalorizações da reposição entre fevereiro e abril deste ano, o boi gordo chegou a registrar ágio sobre os valores do boi magro, cenário atípico quando avaliada a série histórica do Cepea. A diminuição no ágio entre setembro e agosto torna a terminação intensiva uma alternativa atraente aos pecuaristas, à medida que mostra que o preço da arroba do animal para abate está se aproximando do valor do boi magro.

Vale lembrar que o boi magro representa, em média, de 60 a 70% do custo de produção de confinamentos. Além do ágio, o setor deve se atentar também aos valores futuros do boi gordo. Na B3, os contratos futuros com vencimento nos primeiros meses de 2024 operam entre R$ 240,00 e R$ 245,00 por arroba, o que favorece a terminação. De um modo geral, agentes acreditam que os possíveis aquecimentos na demanda interna em período de final de ano e intensificação das compras por parte da China, para formação de estoques, podem elevar os preços do boi gordo. No caso das exportações, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, nas três primeiras semanas do mês, o Brasil escoou apenas 133,59 mil toneladas, com média diária de 9,54 mil toneladas, que é um pouco abaixo das 9,91 mil toneladas de outubro/2022. Naquele mês, o Brasil embarcou 188,56 mil toneladas de carne bovina in natura. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.