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24/Oct/2023

Exportação brasileira de bois vivos deverá avançar

Como andam as exportações de bovinos em pé no Brasil? A exportação de gado vivo é um nicho de mercado que compõe as receitas do Brasil, eleva o reconhecimento do setor agropecuário e proporciona retornos diretos aos pecuaristas. Em 2022, os países da União Europeia, além de México, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Brasil, desempenharam um papel significativo nas exportações de bovinos, representando coletivamente 91,88% do mercado global. A participação brasileira no mercado mundial de bovinos vivos foi de 3,78%. Quando consideramos apenas os países mencionados (países da União Europeia, México, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Brasil), a contribuição do Brasil correspondeu a 4,11% do mercado. Em 2019, a exportação brasileira de bovinos em pé começou a diminuir, e o preço médio também, passando de US$ 2,27 por Kg em julho de 2018 para US$ 1,99 por Kg em julho de 2019 (Secex).

Com a pandemia de Covid-19, a exportação de bovinos vivos caiu ao seu menor patamar em 2021, quando foram exportadas 57.779 cabeças, com faturamento de US$ 63,95 milhões, um dos poucos segmentos do agro nacional prejudicado pela pandemia. Além do fator Covid-19, e os entraves logísticos resultantes, aumentou o custo do frete marítimo, que é a principal via brasileira de escoamento dos bovinos vivos. Esse aumento fez com que os importadores optassem pelas regiões próximas, evitando as distantes. A elevação nos preços dos insumos de produção, como milho e soja, teve impacto direto no custo, resultando em aumento nos preços da arroba do boi. Esse aumento contribuiu para a queda nas exportações, uma vez que tornou os produtos brasileiros menos competitivos no mercado internacional durante este período. Entretanto, a recuperação da exportação de bovinos em pé é notável.

Em 2022, foram exportadas 194 mil cabeças, com faturamento de US$ 191,74 milhões. Já em 2023, até início de outubro, foram exportadas 385.168 cabeças, com faturamento de US$ 350,72 milhões, crescimento de 55%. Vale ressaltar que ainda se tem um trimestre pela frente para incrementar esses números. Ao longo dos anos, o Pará tem mantido a liderança. Até setembro, foram exportadas pelo Estado, 132.464 cabeças, gerando um faturamento de US$ 137,78 milhões. Esses números correspondem a 38% do faturamento total das exportações desse setor. Na sequência estão Rio Grande do Sul e São Paulo. Desde 2022, o embarque de bovinos vivos no Rio Grande do Sul vem aumentando, e, em setembro, o Estado exportou 116.642 cabeças, resultando em um faturamento de US$ 82,86 milhões, o que representa 23% do faturamento total.

Os principais destinos das exportações de bovinos do Brasil, em 2023, se concentram nos países do Oriente Médio. A Turquia comprou 293.290 cabeças ou 83,75% da exportação, seguida pelo Egito que comprou 25.853 cabeças, Líbano (24.945) e Iraque (14.233). Em resumo, o mercado de bovinos vivos é promissor, com perspectiva de crescimento. O rebanho brasileiro atende de forma satisfatória às demandas dos compradores em qualidade, raça, quantidade e preço. As expectativas iniciais para 2023 apontavam para a exportação de cerca de 207 mil bovinos, o que representaria um aumento de 6,25% em relação a 2022. No entanto, surpreendentemente, o Brasil já exportou 385.168 cabeças até o início de outubro. As expectativas foram não apenas alcançadas, mas superadas de maneira notável, resultando em um aumento de 98,0% em comparação com 2022, até o momento. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.