20/Oct/2023
Segundo a JBS, o setor privado precisa ter papel mais preponderante na rastreabilidade da cadeia de produção de carne no Brasil, já que ainda não há mecanismos estatais desempenhando tal atividade. A afirmação foi feita durante o evento de lançamento do programa "Juntos pessoas+floresta+pecuária". A iniciativa é voltada a pequenos pecuaristas do bioma amazônico, a fim de garantir assistência em compliance ambiental, rastreabilidade e instrução sobre geração de créditos de carbono. O novo programa tem uma estrutura replicável dentro e fora do bioma da Amazônia. É muito importante ter um modelo que seja viável e não custe caro, além de o aspecto financeiro ter um lado que também é social.
O investimento para a criação do Programa Juntos, em parceria com o Instituto Rio Capim Agrossilvipastoril, voltado para auxiliar pequenos pecuaristas na Amazônia, demandou R$ 100 milhões. A taxa do investimento em dez anos é de R$ 900 milhões em crédito concedido. A companhia também apontou taxa de retorno esperada de 22%. O objetivo é o de que o programa funcione como um hub que permita ao pequeno pecuarista se formalizar, se regularizar e obter maior produtividade. Por meio do Juntos, o pequeno criador de gado de corte deve aprender a adotar boas práticas nas operações de cria e recria de gado, comercializando posteriormente garrotes e bois magros para engorda em lotes com rastreabilidade.
Como motivador para a criação do programa Juntos, foi citado um levantamento feito pelo Mapbiomas a pedido da JBS, segundo o qual 10,5 milhões de hectares ou 50% das pastagens abertas em pequenas propriedades na Amazônia possuem nível de degradação média ou alta. Também foram mencionados números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que dão conta de que 47% dos bezerros estão em pequenas propriedades nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará. A expectativa é a de que o Juntos tenha conexão com os Escritórios Verdes da JBS, que contribuem para a regularização ambiental da cadeia pecuária envolvida com a empresa.
O programa também tem o intuito de facilitar o acesso do pequeno produtor ao sistema de crédito público do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para reforma de áreas de pastagem degradadas ou realização de projetos sustentáveis na propriedade, que a executiva considera como "primeira opção de financiamento ao pequeno produtor. Em paralelo, o Instituto Rio Capim testará um projeto de créditos de carbono, com potencial de oferecer 10% da receita do negócio gerado ao pequeno produtor, como renda de crédito de carbono. Somado a isso, também haverá acesso ao programa Fazenda Nota 10, iniciativa da Friboi que visa ao aprimoramento da gestão das propriedades. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.