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16/Oct/2023

Boi: preços do macho ampliam vantagem sobre vaca

Em São Paulo, a diferença média entre os preços dos machos e fêmeas prontos para abate vem diminuindo ao longo do ano de 2023, mas, de um modo geral, segue ampla. A diferença estava em R$ 23,26 por arroba em janeiro deste ano, caindo para R$ 13,58 por arroba em agosto, quando registrou a menor amplitude do ano. Neste caso, esse cenário foi resultado da forte pressão verificada sobre os preços do boi gordo naquele mês, diante da maior oferta de bovinos (machos e fêmeas) para abate. Em setembro, quando a disponibilidade de boi gordo voltou a diminuir e os preços subiram com força, a diferença entre as médias do macho e da fêmea voltou a crescer, passando para R$ 16,68 por arroba e, na parcial de outubro, está em R$ 15,12 por arroba.

Apesar dessa recente redução na amplitude entre os preços médios, avaliando-se a série do Cepea de janeiro de 2000 até a parcial de outubro de 2023, observa-se que a diferença média atual ainda é grande. Desde o início da série avaliada, a diferença média é de apenas R$ 8,79 por arroba. Em 2020, a diferença média anual foi de R$ 11,48 por arroba e, em 2021, de R$ 11,39 por arroba, ambas acima do patamar histórico. No entanto, em 2022, a diferença média anual saltou para R$ 23,77 por arroba, evidenciando que, já no ano passado, houve um movimento maior de fêmeas no mercado. Na média da parcial de 2023, a diferença está em R$ 20,71 por arroba, sinalizando um recuo frente aos anos anteriores, mas ainda elevada. Na parcial deste ano (média da parcial de outubro sobre a de janeiro/2023), enquanto a arroba do boi gordo apresenta desvalorização nominal de 16,65%, o preço da vaca registra queda de 14,99%.

No caso do boi gordo, os valores atuais vêm sendo sustentados pela forte demanda internacional pela carne, sobretudo por parte da China. Ressalta-se que, em setembro, o Brasil embarcou a todos os destinos o segundo maior volume da história para um mês de setembro. Essa procura externa é atendida principalmente por bovinos machos. Quanto à vaca, ainda que parte da proteína de fêmea também seja exportada, um maior volume geralmente é destinado ao mercado brasileiro, que, vale lembrar, apresenta certa recuperação nas últimas semanas, depois de atravessar um período de demanda enfraquecida, tendo em vista o fragilizado poder de compra de grande parte da população entre janeiro e junho, especialmente.

Além disso, o segundo semestre tradicionalmente registra menor oferta de fêmeas (período de reprodução no final e começo de cada ano), o que acaba limitando quedas mais intensas nos preços dessa categoria. Outro fator é que, no caso das fêmeas, as vacas e novilhas são consideradas para cálculo do preço, e a participação de uma categoria ou da outra aumentar ou diminuir pode influenciar nos valores médios. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de carne bovina in natura somaram 38,11 mil toneladas na primeira semana de outubro, com média diária de embarques de 7,624 toneladas. Caso esse ritmo seja mantido até o encerramento do mês, o Brasil pode exportar 160 mil toneladas. Vale lembrar que, em outubro do ano passado, as vendas externas totalizaram 188,46 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.