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09/Oct/2023

Frango: tendências para o mercado global da carne

Segundo o Rabobank, o mercado global de aves em 2023 terá pequeno crescimento, aumentando apenas 1%. Mas, prevalece a expectativa de um desempenho melhor neste quarto trimestre do ano e no início de 2024, em diferentes níveis, conforme o grau de equilíbrio de cada agente. Após um período de lenta expansão no consumo, devido não só ao fraco desempenho da economia global, mas sobretudo ao aumento de preços decorrente dos altos custos, abre-se um espaço para a recuperação, perspectiva impulsionada principalmente pela redução do custo com alimentação, o que tem levado à redução no preço do frango. Sob esse aspecto, os mercados continuarão altamente orientados pelos preços, o que deve beneficiar a carne de frango, pois em muitas praças seus preços permanecem relativamente competitivos frente a outras proteínas, como as carnes bovina e suína ou, mesmo, as proteínas alternativas. A previsão é de melhorias nas condições de mercado dos Estados Unidos, México, Japão, África do Sul, Indonésia e China. Mas, na Indonésia e na China o contexto será frágil.

O mercado da União Europeia tem permanecido firme, mas os elevados níveis de importação de frango resfriado têm causado pressões. As condições mais desafiadoras estão reservadas para Brasil e Tailândia: ambos precisão disciplinar melhor os níveis de oferta no mercado interno, pois têm sido excedentes. No primeiro semestre de 2023, o comércio global de carne de frango atingiu a marca inédita de 7,2 milhões de toneladas (35% das quais representada pela carne de frango brasileira, acrescentamos). O comércio deve permanecer forte neste segundo semestre de 2023, mas impulsionado inteiramente pela carne in natura, pois o comércio de carne processada caiu drasticamente. Esta é a típica tendência orientada pelo preço, que tende a se manter até o final de 2023, e em 2024. E, frente a essa perspectiva, o maior beneficiário, por ser líder em preços acessíveis no produto in natura, será o Brasil. Tailândia e China necessitam retornar ao comércio do produto in natura, um desafio frente ao retorno financeiro obtido por esses países com produtos processados.

As intervenções governamentais determinadas pela segurança alimentar, pela geopolítica e pela sustentabilidade continuarão impactando os mercados e criando volatilidade no comércio global. A Influenza Aviária tende a causar efeitos idênticos. Mas, também pode impactar repentinamente os mercados globais em termos de oferta e de preço, especialmente se os Estados da Região Sul do Brasil forem atingidos. Os produtores devem manter o foco no lado operacional. Pois embora os preços das matérias-primas alimentares venham recuando, os custos operacionais continuam registrando máximas históricas. Também persiste o risco de maior volatilidade nos preços dos cereais (devido ao El Niño) e nos preços e disponibilidade da energia. Nesse sentido, a liderança contínua em termos de custos e aquisições permanece como fator fundamental. Além disso, os produtores devem ajustar a oferta às mudanças observadas na demanda, seja em termos de produtos, de distribuição ou de desenvolvimento do mercado. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.