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28/Sep/2023

Boi: preços reagem em setembro com oferta restrita

Os preços do boi gordo vêm apresentando forte reação neste mês, impulsionados pela baixa oferta de bovinos para abate. Nesta semana, o preço médio do boi gordo em São Paulo opera acima dos R$ 220,00 por arroba, a R$ 226,55 por arroba, acumulando forte alta de 13,4% em setembro. A valorização do boi gordo, contudo, não é suficiente para melhorar o poder de compra de pecuaristas terminadores, o que, por sua vez, resulta em certa dificuldade no planejamento desses produtores para os próximos meses. De janeiro a setembro, o boi gordo (preço médio em São Paulo) registra desvalorização real de 22,8%, enquanto o preço do bezerro registra baixa menos intensa, de 11,8% (Indicador ESALQ/BM&F, Mato Grosso do Sul, nelore). No segundo semestre (de julho a setembro), especificamente, a queda no valor do boi gordo é de 16,8%, e no do bezerro, de 8,1%.

Diante disso, depois de observar uma melhora no poder de compra no começo do ano, o terminador se depara em setembro com uma piora na relação. Trata-se, inclusive, do momento mais desfavorável ao pecuarista terminador em quase dois anos. Na parcial de setembro, os pecuaristas precisam de 9,58 arrobas de boi gordo para a compra de 1 bezerro, contra 9,4 arrobas em agosto/2023 e 8,36 arrobas em setembro/2022. No começo deste ano, o terminador de São Paulo necessitava de 8,21 arrobas de boi gordo para a aquisição do bovino de reposição. O poder de compra atual é o pior desde outubro de 2021, quando eram necessárias 10,27 arrobas para fazer a mesma troca. Como comparação, a relação de troca média de 2023 é de 8,73 arrobas, e a da série histórica do Cepea, iniciada em fevereiro de 2000, é de 7,76 arrobas.

Nas demais regiões, a oferta também está mais restrita, e os preços, em alta. Além da menor disponibilidade de bovinos para abate, em algumas localidades, a valorização da arroba está associada ao intenso volume de chuvas, enquanto em outras, à baixa quantidade de precipitação. No Rio Grande do Sul, as constantes chuvas prejudicam os embarques dos bovinos, e pecuaristas tentam preços maiores. Em Mato Grosso, as chuvas são pontuais, reforçando o contexto de falta de bois para abate. No caso das regiões em que o clima está mais seco, as pastagens estão sendo prejudicadas, o que tem gerado relatos de dificuldade no ganho de peso dos bezerros. No dia 19 de setembro, especificamente, o peso médio do bezerro em Mato Grosso do Sul era de 206 quilos, caindo para 198 quilos no dia 26 de setembro, queda de 4%. O peso médio do bezerro não operava abaixo dos 200 quilos desde meados de abril deste ano. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.