28/Sep/2023
O aumento do Índice de Insumos para Produção de Leite Cru (ILC) no mês de agosto se dá pelo avanço generalizado dos insumos do produto. O preço do milho e da soja continuam em trajetória de alta, assim como os fertilizantes, combustíveis e energia elétrica. A demanda alta de fertilizantes no período pré-plantio, a valorização do barril do petróleo (que refletiu em um aumento de 10% no óleo diesel) e o reajuste das tarifas elétricas contribuíram para a inflação de 3,79% do ILC, conforme a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
No acumulado do 2023, o ILC apresenta uma deflação de 26,3%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses também é deflacionário, com 27,93%. Esse resultado está alinhado com outros índices como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) e o Indice Geral de Preços (IGP-DI), calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IPCA Alimentos segue comportamento deflacionário em agosto, principalmente na sua leitura anual. Esse cenário de queda nos preços de alimentos está sendo sentido pelos pecuaristas de leite através da receita, o preço recebido pelo produtor apresentou o terceiro mês consecutivo de queda com uma diminuição de 6% no valor recebido por litro.
O IPCA por outro lado apresentou uma inflação de 0,23% em agosto, o que elevou a suas leituras acumuladas no ano e em 12 meses. Esse comportamento de reaceleração da inflação na leitura de agosto somado a uma receita em queda no trimestre, espremeu as margens dos produtores e aprofundou o cenário de crise no setor. A expectativa para setembro continua sendo a de inflação, com os preços da soja e do milho ainda em alta. O início do plantio da safra de verão (1ª safra 2023/2024), em conjunto com os aumentos globais do petróleo pode afetar as cotações dos demais insumos da cesta, mantendo a inflação. Fonte: Farsul. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.