22/Sep/2023

Segundo o Rabobank, no relatório "Sudeste Asiático – em Transição para Tempos Melhores", o Sudeste Asiático apresenta um ponto positivo para os exportadores de lácteos na Austrália e na Nova Zelândia numa economia global cada vez mais letárgica. Tempos melhores estão por vir para os mercados de laticínios das Filipinas, Malásia, Tailândia, Singapura e Vietnã, além dos ventos contrários de curto prazo atualmente em jogo em toda a região. Isso significa que o Sudeste Asiático continuará fornecendo oportunidades de crescimento para os exportadores de lácteos no médio prazo. Esta é uma notícia positiva para os exportadores de laticínios australianos e neozelandeses, com a Oceania tradicionalmente dominando as exportações de lácteos para a região.

No entanto, adverte, estão se abrindo oportunidades para o surgimento de novos players competitivos. No médio prazo, esta região tem abundância de mercados vibrantes, com bases de consumidores diversificadas que proporcionam oportunidades para os exportadores oferecerem uma ampla gama de produtos de consumo em mercados de rápido crescimento. Os mercados de lácteos no Sudeste Asiático estão em transição, à medida que saem de um período de interrupção do canal, demanda lenta do consumidor por produtos lácteos e pressão nas margens que culminou em uma desaceleração no crescimento do comércio entre 2020 e 2022. O crescimento do comércio de produtos lácteos na região desacelerou para apenas 1,4% de crescimento médio anual durante a pandemia (de 2020 a 2022), abaixo de uma taxa composta de crescimento anual de 3,3% na última década.

O Sudeste Asiático não ficou imune às pressões globais, com as economias em toda a região registrando um crescimento fraco entre 2020 e 2022. No entanto, a partir de 2024, a região apresentará um ponto positivo contra uma economia global cada vez mais letárgica. As condições do mercado de consumo estão melhorando, com uma recuperação mais significativa esperada a partir de 2024, à medida que a inflação diminui, a demanda por serviços de alimentação melhora e as atividades de marketing e investimento aumentam para apoiar o crescimento da demanda. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento entre 4% e 7% nas economias do Sudeste Asiático entre 2023 e 2028. Isso sustenta as previsões de demanda por lácteos. Essas previsões de taxa de crescimento ainda ficam abaixo das taxas históricas recentes e essas economias também enfrentam o risco iminente de a desaceleração econômica da China proliferar pela região.

Coletivamente, o Sudeste Asiático tem um déficit significativo de leite. E, embora a produção local de leite esteja crescendo na maioria dos países da região, ela vem de uma base baixa. Os desafios associados à qualidade da ração, genética, capital e outros recursos continuam sendo os principais obstáculos para o crescimento da oferta doméstica de leite no Sudeste Asiático. Como resultado, as taxas de autossuficiência para laticínios permanecem baixas na região e é improvável que vejam um aumento transformacional no médio prazo até 2030. O Rabobank estima que a importação combinada de lácteos da região foi de 9,9 bilhões de litros em 2022, em comparação com os 14 bilhões de litros da China no mesmo ano. Com a região no início de uma recuperação comercial, os volumes totais de importação de lácteos para os países do Sudeste Asiático devem ser 2% menores em 2023, antes que o crescimento das importações acelere em 3% em 2024.

Mais adiante, a expectativa é de que o déficit de importações do Sudeste Asiático aumente ainda mais à medida que o crescimento da demanda colide com as limitações de oferta local. Embora isso forneça uma boa plataforma de crescimento para os exportadores de lácteos, a região continuará sendo um “campo de batalha feroz” para marcas e exportadores locais. A região é tipicamente dominada pela Oceania, mas oportunidades estão se abrindo para o surgimento de novos players. Isso significa que a competitividade de preços, a distribuição, o desenvolvimento de novos produtos e as credenciais de marketing serão fundamentais para o sucesso a longo prazo de todos os players. Fonte: Dairy Global. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.