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21/Sep/2023

Diferença recorde entre carne bovina e o boi gordo

Ainda que os preços do boi gordo venham mostrando reação nesta parcial de setembro, ao longo de 2023, o que se verifica é queda. E a desvalorização do boi gordo no ano ocorre de forma bem mais intensa que a registrada para a carne bovina (carcaça casada). Diante disso, a diferença entre os preços médios mensais do boi gordo e da carne bovina é recorde, com vantagem para a proteína. Isso significa que a carne negociada no mercado atacadista de São Paulo nunca esteve tão mais cara que o boi gordo para abate. No acumulado da parcial de setembro, o preço médio do boi gordo em São Paulo registra avanço de 5%. No ano (de dezembro/2022 a parcial de setembro/2023), contudo, considerando-se as médias mensais deflacionadas, o boi gordo apresenta desvalorização de 26,3%, passando de R$ 276,68 por arroba no encerramento de 2022 para R$ 203,99 por arroba no atual mês. Para a carcaça casada do boi, observa-se avanço de 1,63% na parcial deste mês.

No acumulado do ano, no entanto, a atual média de setembro/2023, de R$ 232,80 por arroba, está 15,9% inferior à do encerramento de 2022 (de R$ 276,77 por arroba), evidenciando que a carcaça casada do boi se desvalorizou de forma bem menos intensa que o boi gordo. Nesse contexto, a carne no atacado é negociada a quase R$ 29,00 por arroba acima do boi gordo, diferença recorde, quando considerada a série de dados mensais do Cepea, iniciada em 2001 para a proteína. Como comparação, em agosto/2023, a diferença era de R$ 22,80 por arroba, já indicando o distanciamento entre os preços, que acabou se ampliando em setembro/2023. Em setembro do ano passado, o cenário era o oposto: com o boi gordo sendo negociado acima da carne bovina, com vantagem de R$ 9,23 por arroba. Até então, a maior vantagem da carcaça bovina sobre o boi gordo era de R$ 26,54 por arroba, sendo verificada em junho de 2017.

Vale lembrar que, no primeiro semestre naquele ano, o setor pecuário enfrentou três grandes desafios: a operação Carne Fraca, da polícia federal, a volta da cobrança do Funrural e, em maio, investigações de uma indústria de grande relevância para o setor, cenário que pressionou com certa força os valores de negociação do boi gordo, resultando em elevada distância de preços frente à carne bovina. Em 2023, o que se observa é maior oferta de bois para o abate e um aumento de produtividade no campo. Além disso, agentes de indústria frigorífica vêm testando o mercado doméstico, trabalhando em alguns momentos com alongamento da escala de abate. Do lado da demanda, a procura doméstica pela carne segue enfraquecida, até porque os patamares da proteína seguem relativamente elevados ao consumidor final. Mais recentemente, a reação nos preços do boi gordo levou agentes atacadistas a reajustarem positivamente os valores da carne bovina. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.